|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Presidenciável resiste à pressão por renúncia
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar de sofrer forte pressão
para renunciar à sua candidatura
à Presidência, Ciro Gomes (PPS)
resistiu e praticamente sepultou
as chances de sair da disputa.
A última investida vigorosa para que Ciro deixasse de concorrer
aconteceu na segunda-feira, no
escritório do presidente do PTB,
deputado José Carlos Martinez
(PR), em São Paulo.
Na manhã de anteontem, Martinez recebeu para uma reunião o
secretário nacional do PDT, Manoel Dias, que viajara a São Paulo
a mando de Leonel Brizola. Também estava presente Emerson
Palmieri, o braço operacional do
PTB na campanha de Ciro e homem de confiança de Martinez.
Houve contato então com o presidente nacional do PT, José Dirceu. Martinez e Manoel Dias, em
nome do PTB e do PDT, mandaram informar ao dirigente petista
que forçariam a renúncia de Ciro.
Queriam de José Dirceu alguma
palavra sobre compensações que
essas siglas teriam ao patrocinar
tal operação. Dirceu ficou de dar a
resposta à tarde.
Por volta de meio-dia, chegou
ao escritório de Martinez o presidente licenciado da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, candidato a vice-presidente na chapa
de Ciro Gomes.
Paulinho foi ao local chamado
por Martinez e por Manoel Dias.
Ao tomar conhecimento da proposta, brincou. "Vocês combinaram isso com o Ciro?", perguntou. Ninguém tinha tido coragem
de falar com o candidato.
Paulinho, Martinez e Manoel
Dias concluíram que era necessário alguém ter uma conversa definitiva com Ciro. Paulinho foi eleito para a tarefa. Ficou acertou que
o candidato não seria procurado à
tarde. Poderia ficar nervoso, pois
à noite Ciro daria uma entrevista
ao vivo na TV Record.
Depois do programa, Paulinho
abordou Ciro. O candidato percebeu qual era o assunto e reagiu:
"Ou a gente pára por aqui ou vai
brigar". A conversa foi interrompida e Paulinho saiu do local com
a convicção de que a candidatura
ficará mantida até o final.
Mesmo que perca, Ciro avalia
que seria um desastre político
uma renúncia. Ficaria com a fama
de não-confiável para próximas
eventuais eleições.
Texto Anterior: PT precipitaria crise econômica, diz pepessista Próximo Texto: GOVERNADORES Distrito Federal: Roriz é réu em 2 ações na Justiça Federal Índice
|