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CRISE NO ES
PF aponta indício de crimes na gestão Ignácio
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A situação do governador do
Espírito Santo, José Ignácio Ferreira (PTN), complicou-se nesta
semana com a entrega pela Polícia Federal de relatório ao STJ
(Superior Tribunal de Justiça)
concluindo que há indícios de
prática de vários crimes no inquérito penal que tramita contra ele e
outras pessoas.
A Superintendência da PF no
Estado chegou a essa conclusão
após realizar uma série de investigações ordenadas pelo relator do
inquérito no STJ, ministro Barros
Monteiro. Anteontem, o ministro
enviou os autos ao Ministério Público Federal para aguardar parecer sobre a abertura de processo
criminal.
Segundo a PF, há indícios de
prática de crimes contra a administração pública -corrupção
passiva, condescendência criminosa, advocacia administrativa,
peculato e exigência indevida de
tributo-, de crimes comuns
-formação de quadrilha, falsidade ideológica e uso de documento
falso- e crime do colarinho
branco (gestão temerária).
Licença
Se o Ministério Público concordar com a conclusão da PF e oferecer a denúncia criminal, o STJ
dependerá de licença prévia da
Assembléia Legislativa para instaurar a ação penal.
O inquérito foi aberto a partir
da apuração de cinco fatos aparentemente irregulares: dois empréstimos bancários durante a
campanha eleitoral, em 1998,
criação de "fábrica de sopas",
transferência de créditos de ICMS
e pagamento de despesas pessoais
por cooperativa de crédito.
Está sob investigação, por
exemplo, um empréstimo de R$
2,6 milhões no Banestes (Banco
do Estado do Espírito Santo).
Também há suspeita de pagamento de parte da dívida da campanha por empresas que, depois,
teriam recebido incentivos fiscais
do Estado.
Defesa
Em depoimento à PF no último
dia 19, José Ignácio negou todas as
suspeitas. Ele afirmou, por exemplo, que desconhece os detalhes
técnicos da operação financeira
que resultou na quitação dos débitos da campanha. O governador
disse que só soube recentemente
que suas despesas pessoais estavam sendo pagas por cooperativa
de crédito do Estado.
O secretário de Comunicação
do Governo, José Nunes, disse
que o relatório da PF é "apenas a
transcrição do depoimento do
governador". Segundo Nunes, Ignácio vai aguardar o pronunciamento do STJ para só então dar
declarações.
Colaborou a Agência Folha
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