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São Paulo, terça-feira, 02 de dezembro de 2003

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Defesa de juiz aponta falha em transcrição

DA REPORTAGEM LOCAL

O juiz federal Ali Mazloum afirmou -por meio de seu advogado, Antônio Cláudio Mariz de Oliveira- na defesa preliminar que entregou ao Tribunal Regional Federal que a Polícia Federal confundiu "Ali" com "Mário" em relatório de grampo telefônico.
Trata-se do relatório de uma conversa ocorrida a partir das 18h58 do dia 10 de outubro de 2003 entre o delegado federal José Augusto Bellini e uma pessoa identificada como Márcia, ainda não identificada pela PF, que seria intermediária do suposto esquema de venda de sentenças investigado. Ela frequentaria o escritório do advogado Affonso Passarelli -também apontado como integrante da suposta quadrilha.
O delegado liga para Márcia e pergunta se ela está sozinha. Ela responde que está no escritório e que pode falar à vontade. Então, Bellini insiste para saber se há alguém por perto. A transcrição da resposta dela é questionada pela defesa de Ali Mazloum.
Segundo o relatório da PF, Márcia responde: "Só o Ali". E, em seguida, Bellini questiona: "O Ali está do lado?". Mas, segundo a defesa, a resposta de Márcia é: "Só o Mário". E a pergunta de Bellini é "O Mário está do lado?".
A falta de qualidade da gravação e o fato de as duas frases serem pronunciadas quase ao mesmo tempo impedem uma verificação precisa da versão da defesa. Mas também não permitem a conclusão de que a conversa versa sobre o juiz federal Ali Mazloum.
No mesmo dia, porém, Bellini e Márcia voltam a se falar pelo telefone, às 22h42. O delegado convida sua interlocutora para ir à chácara dele e diz que ela pode levar quem ela quiser. Ela responde que poderia convidar o "Mário", aparentemente referindo-se a um amigo. Dessa vez, o nome é pronunciado claramente. Segundo a defesa de Mazloum, isso indica que Márcia realmente teria um amigo chamado Mário.
Os advogados do juiz afirmam ainda que a troca de "Mário" por "Ali" teria ocorrido novamente no relatório de uma gravação ocorrida em 13 de maio de 2003. Mas, nesse caso, a identificação do nome é ainda mais difícil.


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