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TODA MÍDIA
Apostas
NELSON DE SÁ
Nas previsões para 2005,
que fecharam a semana,
apareceu de tudo na cobertura
internacional.
William Safire, o colunista
conservador do "New York Times", a três semanas de se aposentar, arriscou desde o vencedor do Oscar ("Million Dollar
Baby", de Clint Eastwood) até o
rumo a ser tomado pelos democratas (nem esquerda nem direita, mas "religião").
Em moda, o britânico "Independent" apostou em "qualquer
coisa rosa" e "anos 60" para
2005. E o "Observer" decretou a
reeleição do primeiro-ministro
Tony Blair.
Também o "Financial Times",
que garantiu ainda a realização
das eleições iraquianas -e arriscou que o novo mandato de
George W. Bush nos EUA será
menos unilateralista.
Quanto à América Latina, ela
vai continuar se inclinando para
a esquerda, "mas só nas franjas".
Para o "FT", o venezuelano
Hugo Chávez seguirá com seu
populismo autocrático e o argentino Néstor Kirchner "continuará a culpar o FMI", mas:
- No Brasil o presidente se
moveu firmemente para o centro desde sua eleição. Seu sucesso em estabilizar e revitalizar
uma economia à beira do colapso dá o tom para a região. Sejam
esquerdistas como Mr. Lula da
Silva ou direitistas como o colombiano Alvaro Uribe, os líderes políticos da região estão optando pelo pragmatismo.
Por aqui, ontem na Globo
News, comentaristas destacavam três "pontos para 2005",
como "assuntos do governo":
segurança, educação e infra-estrutura.
Infra-estrutura foram também o foco, poucas horas depois, no pronunciamento de Lula em rede nacional, num programa animado pela direção de
Duda Mendonça. Uma das vinhetas publicitárias:
- 2005 será o ano dos investimentos em infra-estrutura, do
aumento do emprego e da recuperação da renda dos brasileiros.
O Fantástico entrou em seguida e ecoou o pronunciamento,
abrindo o programa já com a
declaração de um cidadão, na
rua:
- 2005 vai ser um ano excepcional!
O apresentador Zeca Camargo
completou:
- 2005 começa cheio de promessas. Promessa de mais emprego e crescimento econômico,
4% neste ano. O salário mínimo
vai chegar a R$ 300 em maio.
E não é só. Segundo um babalorixá e um astrólogo, "este vai
ser o ano das mulheres".
Também vai ser ano de Carol
Castro, no Sambódromo do Rio.
Disse ela:
- Eu prometo que vou quebrar tudo neste Carnaval.
E saiu rebolando.
Para azar de Lula, a notícia do
dia, ontem, também foi de infra-estrutura.
Segundo a Band News, o "apagão" de energia no Rio causou
"problemas no metrô", "queimou equipamentos" em hospitais e levou até à "inundação de
casas em Nova Iguaçu".
A ministra Dilma Rousseff "se
mostrou preocupada" e convocou reunião, para hoje, enquanto um diretor de Furnas dizia:
- A nossa desconfiança é que
tenha havido um sinal errado,
ou alguma falha de voltagem, ou
uma distorção, alguma coisa assim.
LULA, BUSH E A FÉ
Nomínimo/Reprodução
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Bush no "púlpito", durante a campanha |
O francês "Le Monde" descobriu no fim de semana os
documentários "Entreatos" e "Peões", que João Moreira
Salles e Eduardo Coutinho dirigiram, respectivamente.
Gastou elogios para abordar "a metamorfose de Lula em
presidente do Brasil", ele que virou um "sedutor" contador de histórias.
Já João Salles, em seu novo e longo ensaio para o site
Nomínimo, ontem, voltou a atenção para um outro presidente, George W. Bush. Sublinhou a religiosidade do americano, que fez seu discurso de candidato, em setembro passado,
num cenário de moldura cristã
-e que nos debates viveu "seu
melhor momento quando falou
da própria fé". O cineasta parte
daí para apontar "a versão imperial do messianismo" na Casa
Branca, no Iraque.
Ultimamente, vale registrar,
Lula também tem falado muito
em sua fé. Ontem, fechou o pronunciamento sobre 2005, em rede nacional, pedindo "que Deus
nos abençoe a todos".
Da fome à renda
A "Economist" fechou o ano
com elogios ao Brasil, que de
1992 para 2002, último ano de
FHC, baixou de 12% para 9% a
proporção de desnutridos, segundo números da ONU.
Enquanto isso, Lula, no pronunciamento de ontem, trocou
Fome Zero pela recuperação de
renda, como prioridade.
Anjo
Para o "Guardian", "o tsunami
será lembrado, pela maioria, como um desastre natural catastrófico, mas ele também marca
um ponto de inflexão no desenvolvimento da internet".
A idéia é que a rede se tornou
"um anjo", na última semana,
no trabalho de resgate e de levantamento de recursos.
Silvia Isquierdo - AP
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RESISTÊNCIA O "Washington Post" deu no sábado longa reportagem sobre o candomblé no Brasil, que "floresce" apesar de ser "atacado fisicamente" e na TV por pentecostais
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