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RETÓRICA OFICIAL
Para presidente, aumento do mínimo e PPPs são "boas notícias"
Lula faz retrospectiva e volta a prometer forte crescimento
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em seu primeiro pronunciamento do ano, transmitido ontem
em cadeia de rádio e TV, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
destacou o reajuste do salário mínimo dos atuais R$ 260 para R$
300 a partir de maio e a previsão
de aumento de investimentos em
infra-estrutura, inclusive por
meio das PPPs (Parcerias Público-Privadas), como duas "boas
notícias" para 2005.
Fez uma retrospectiva desde as
eleições presidenciais de 2002 e
afirmou que este ano será de
"crescimento econômico forte,
com geração de empregos e distribuição de renda". Justificou os
ajustes econômicos de 2003, dizendo que eram necessários para
"arrumar o país".
O pronunciamento, elaborado
sob a supervisão do publicitário
Duda Mendonça, trouxe vinhetas
para cada ano, lembrando o formato usado nos programas da
campanha presidencial.
As falas do presidente eram intercaladas por um locutor classificando 2002 como o ano "da coragem, em que a esperança venceu o
medo", 2003 como "o da paciência e de sacrifícios" e 2004 como
da "arrancada e volta do crescimento". Em nove minutos e 27
segundos, Lula voltou a dizer que
nem todos os problemas foram
resolvidos, mas ressaltou o crescimento econômico no ano passado -que ficou próximo dos 5%,
acima do esperado- e a geração
de quase 2 milhões de empregos
com carteira assinada.
"Este [2005] é o grande ano para
o país provar que é possível, mantendo a economia equilibrada e as
contas públicas em ordem, garantir um crescimento econômico
forte, com geração de empregos e
distribuição de renda", disse Lula,
citando que o governo ampliará
investimentos em educação, saúde e melhoria dos programas sociais. E completou: "Tudo isso só
foi possível porque lá trás, em
2002, o povo brasileiro teve a coragem e a ousadia de apostar na
mudança do Brasil. Acreditando
na esperança e não no medo".
"A esperança venceu o medo"
foi a frase dita pelo então presidente eleito Lula, em 2002. No
pronunciamento de ontem, ela
voltou a ser usada para lembrar o
que Lula chamou de "momento
complicado" para a economia".
Afirmando que o Brasil está
"mais tranqüilo, mais confiante e,
sobretudo, mais seguro quanto ao
seu futuro", Lula recordou 2003
como o ano do sacrifício, em que
o governo foi obrigado a adotar
medidas "amargas". "As coisas
no Brasil vinham de um jeito que,
ou se arrumava a economia de
uma vez, reduzindo os gastos do
país drasticamente, ou não conseguiríamos adiante fazer as mudanças e reformas que pretendíamos nos anos seguintes."
Em seguida afirmou: "Como
não poderia deixar de ser, muitas
pessoas não compreenderam algumas de nossas decisões. Afinal,
o que todos querem ver são resultados rápidos. Entretanto o caminho que escolhemos não foi o da
rapidez, muitas vezes superficial.
O caminho que escolhemos foi
das mudanças verdadeiras e profundas. E essas demoram um
pouco mais para mostrar os resultados, mas quando aparecem são
sólidos e duradouros".
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