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Tributo é mal-utilizado, diz ministro
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, divulgou dados do Ministério do Planejamento sobre os gastos com recursos
da Cide (tributo sobre combustíveis que deveria ser usado em infra-estrutura). Segundo ele, em
2002, mais da metade dos recursos da Cide não eram usados para
esse fim. Ainda hoje boa parte dos
recursos ainda não é usado em estradas, mas, segundo ele, a situação melhorou. "Ainda precisam
ser feitos ajustes", afirmou.
O ministro fez um balanço dos
investimentos feitos pelo governo
no setor em 2005 e considerou
positiva a atuação do ministério.
De um orçamento de R$ 6 bilhões, R$ 5,963 bi foram empenhados e R$ 2,935 bi, liquidados.
Nos próximos 15 dias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se
reunirá com governadores para
negociar um acordo que permita
que a União invista em rodovias
federais estadualizadas em troca
de contrapartidas dos Estados.
"Vai ter contrapartida deles, mas
é pequena. Como eles recebem recursos da Cide, eles podem destinar um pouquinho disso para as
estradas", disse Nascimento.
Desde sexta-feira, quando
anunciou que liberaria R$ 440 milhões destinados a obras emergenciais para tapar buracos em
26,4 mil km de rodovias federais
espalhados por 25 Estados do
país, o governo vem pressionando os Estados a investir nas rodovias que foram repassadas a eles
em 2002. A idéia do governo federal é investir cerca de R$ 1,8 bilhão, em parceria com os Estados,
em 14,5 mil km dessas estradas.
Ontem foi publicada no "Diário
Oficial" da União a liberação de
R$ 350 milhões do programa
emergencial. Os R$ 90 milhões
restantes virão de recursos do Orçamento de 2005. Hoje, Lula, a
chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o ministro dos Transportes
deverão se reunir para discutir os
detalhes do uso dos recursos.
Apesar de alguns Estados já terem dito que não será possível haver contrapartida, o ministro se
mostrou otimista. "Não tem outro caminho. Ou adere [à proposta da União] ou a estrada vai ficar
daquele jeito e a população vai tomar conhecimento de que a obra
não vai ser executada porque o
Estado não aderiu à proposta."
Em 2002, o governo repassou a
15 Estados 14.506 quilômetros de
estradas. Em troca, os Estados receberam R$ 1,885 bilhão. Na
maior parte, o dinheiro que deveria ser usado na manutenção das
rodovias teve outras destinações.
Segundo o ministério, a deterioração na malha estadualizada foi
intensa e tornou mais cara sua
manutenção: nas rodovias repassadas aos Estados, o custo de manutenção é de R$ 18 mil por quilômetro, enquanto nas rodovias federais que permaneceram com a
União o custo é de R$ 11 mil.
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