São Paulo, domingo, 3 de janeiro de 1999 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice SEGUNDO MANDATO Confidência foi feita em jantar comemorativo da posse de FHC Mendonça de Barros diz que vai voltar ao governo
da Sucursal de Brasília O ex-ministro das Comunicações Luiz Carlos Mendonça de Barros admitiu a convidados do jantar de posse do presidente Fernando Henrique Cardoso sua volta ao governo. Não citou em que cargo. Confiante na sua absolvição, Mendonça de Barros disse que só aguarda o esclarecimento, na Justiça e no TCU (Tribunal de Contas da União), do episódio do grampo no BNDES, que o tirou do governo em novembro. "Temos absoluta confiança de que o desfecho será favorável", afirmou o ex-ministro ontem à Folha, ao ser procurado para comentar as declarações que fez durante o jantar. Mendonça de Barros chegou acompanhado ao Palácio da Alvorada do ex-presidente do BNDES André Lara Resende. Os dois personagens da última crise política do governo, que desmontou a estratégia traçada pelo presidente para seu segundo mandato, participaram da mesa mais animada do jantar, comandada pelo ministro Pedro Malan (Fazenda). A mesa, instalada a poucos metros da de FHC, indicava um aparente fim dos conflitos que marcam a condução da política econômica. Próximo a Malan estava também o ministro do Desenvolvimento, Celso Lafer. As mulheres dos dois promoveram a animação. A mulher do ministro do Desenvolvimento, Meire Lafer, é cantora e tradutora de versos clássicos gregos. A mulher de Malan, Catarina, é editora de livros. A atividade das duas dominou a conversa. Com um brinde de champanhe francês ao futuro do Brasil, FHC comemorou o início de seu segundo mandato. O jantar no Palácio da Alvorada reuniu cerca de cem pessoas até poucos minutos depois da meia-noite. FHC substituiu a falta de entusiasmo de seu discurso de posse no Congresso pela descontração. Circulou entre os convidados, a quem exibia a caneta de ouro do presidente Getúlio Vargas, que escolhera para assinar os termos de posse. À mesa, com o presidente, sentaram-se o senador Antonio Carlos Magalhães, sua mulher, Arlete, e o empresário Olavo Setúbal. Falaram de política e até de problemas no sistema bancário. Ruth Cardoso reuniu em uma mesa próxima o vice-presidente Marco Maciel e o deputado Michel Temer, presidente da Câmara. O Judiciário não foi representado. FHC preferiu não fazer discurso nem tratar de problemas que enfrentará nos primeiros dias do segundo mandato. Já o ministro das Comunicações e articulador político, Pimenta da Veiga, aproveitou para negociar as votações que o governo enfrentará durante a convocação extraordinária do Congresso. Pimenta preocupa-se com a possibilidade de uma derrota. Ele aproveitou o jantar para sondar com Michel Temer as chances de aprovação da cobrança de contribuição dos inativos, já derrotada quatro vezes na Câmara. Os convidados de FHC saíram do Alvorada elogiando o cardápio, preparado pela chefe de cozinha brasiliense Roberta Sudbrack. A sobremesa foi servida pouco antes do brinde: torta macia de chocolate amargo com creme inglês de maracujá. Como opção, havia terrine gelada de frutas vermelhas com calda de framboesa. Os pratos quentes eram: codorna recheada com pêra ao molho de vinho tinto e vitela assada com confete de legumes. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice |
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