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Alvares diz que pasta da Defesa estará estruturada em um ano
da Sucursal de Brasília
O ministro extraordinário da Defesa, Elcio Alvares (PFL-ES), afirmou ontem que o Congresso deverá aprovar até o final de fevereiro o
projeto criando o Ministério da
Defesa e que a nova pasta deverá
estar estruturada em um ano.
"Pretendo montar um ministério enxuto. Não quero um mastodonte", disse o ministro.
A nova pasta reúne as três Forças
Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) e o Emfa (Estado-Maior
das Forças Armadas).
Para Alvares, o governo deve começar a pensar logo em uma "política de defesa" para o país.
Por seu lado, o deputado José Genoino (PT-SP) afirmou ontem que
a autoridade militar do futuro ministro da Defesa está "muito esvaziada" no projeto enviado pelo governo ao Congresso criando a nova pasta.
"Na minha proposta, quero fortalecer o ministro e aumentar sua
competência para atuar na integração das três Forças", disse o deputado petista.
Genoino terá reunião com Elcio
Alvares na próxima terça-feira, da
qual também participarão os deputados Neiva Moreira (PDT-MA), presidente da Comissão de
Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara, e Benito Gama
(PFL-BA).
Benito Gama é relator do projeto
que cria o Ministério da Defesa,
mas vai deixar a função para assumir uma Secretaria de Estado da
Bahia (da Indústria e do Comércio).
²
Papel político
Para Genoino, o governo se "precipitou" ao nomear Elcio Alvares
ministro extraordinário antes que
o a criação do novo ministério esteja consolidada.
"O governo deveria ter um modelo de ministério para depois escolher o ministro. O cargo não poderia ser tratado como prêmio",
disse.
Segundo o deputado, pela proposta do governo o papel do ministro será "apenas político", sem
poder de atuação na integração do
Exército, da Marinha e da Aeronáutica e com status equiparado
aos dos comandantes das três Forças Armadas.
Genoino apresentou várias
emendas ao projeto, dando maior
autoridade ao ministro da Defesa e
obrigando o governo a enviar ao
Congresso proposta de política de
defesa para o país. Ele defende
também que as promoções dos militares sejam submetidas ao novo
ministro.
O petista critica, por exemplo, o
fato de a emenda constitucional
proposta pelo governo dar ao novo
ministro assento igual aos dos comandantes das Forças no Conselho de Defesa Nacional.
Para Genoino, os comandantes
não deveriam ter assento no Conselho.
"Só deveriam participar quando
fossem convocados pelo presidente da República, para tratar de assuntos de sua Força", disse o deputado paulista.
²
Começo de trabalho
O ministro extraordinário começa a despachar em um gabinete da
sede do Emfa amanhã.
Alvares disse que sua estratégia
será conversar permanentemente
com os comandantes das três Forças e, quando tiver um problema,
pedir a eles "humildemente" alguma sugestão.
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