São Paulo, domingo, 3 de janeiro de 1999

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Alvares diz que pasta da Defesa estará estruturada em um ano

da Sucursal de Brasília

O ministro extraordinário da Defesa, Elcio Alvares (PFL-ES), afirmou ontem que o Congresso deverá aprovar até o final de fevereiro o projeto criando o Ministério da Defesa e que a nova pasta deverá estar estruturada em um ano.
"Pretendo montar um ministério enxuto. Não quero um mastodonte", disse o ministro.
A nova pasta reúne as três Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) e o Emfa (Estado-Maior das Forças Armadas).
Para Alvares, o governo deve começar a pensar logo em uma "política de defesa" para o país.
Por seu lado, o deputado José Genoino (PT-SP) afirmou ontem que a autoridade militar do futuro ministro da Defesa está "muito esvaziada" no projeto enviado pelo governo ao Congresso criando a nova pasta.
"Na minha proposta, quero fortalecer o ministro e aumentar sua competência para atuar na integração das três Forças", disse o deputado petista.
Genoino terá reunião com Elcio Alvares na próxima terça-feira, da qual também participarão os deputados Neiva Moreira (PDT-MA), presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara, e Benito Gama (PFL-BA).
Benito Gama é relator do projeto que cria o Ministério da Defesa, mas vai deixar a função para assumir uma Secretaria de Estado da Bahia (da Indústria e do Comércio).
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Papel político Para Genoino, o governo se "precipitou" ao nomear Elcio Alvares ministro extraordinário antes que o a criação do novo ministério esteja consolidada.
"O governo deveria ter um modelo de ministério para depois escolher o ministro. O cargo não poderia ser tratado como prêmio", disse.
Segundo o deputado, pela proposta do governo o papel do ministro será "apenas político", sem poder de atuação na integração do Exército, da Marinha e da Aeronáutica e com status equiparado aos dos comandantes das três Forças Armadas.
Genoino apresentou várias emendas ao projeto, dando maior autoridade ao ministro da Defesa e obrigando o governo a enviar ao Congresso proposta de política de defesa para o país. Ele defende também que as promoções dos militares sejam submetidas ao novo ministro.
O petista critica, por exemplo, o fato de a emenda constitucional proposta pelo governo dar ao novo ministro assento igual aos dos comandantes das Forças no Conselho de Defesa Nacional.
Para Genoino, os comandantes não deveriam ter assento no Conselho.
"Só deveriam participar quando fossem convocados pelo presidente da República, para tratar de assuntos de sua Força", disse o deputado paulista.
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Começo de trabalho O ministro extraordinário começa a despachar em um gabinete da sede do Emfa amanhã.
Alvares disse que sua estratégia será conversar permanentemente com os comandantes das três Forças e, quando tiver um problema, pedir a eles "humildemente" alguma sugestão.



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