São Paulo, domingo, 3 de janeiro de 1999

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DATAFOLHA
43% acham regular ação de parlamentares
Congresso é ruim ou péssimo para 31%

CLÓVIS ROSSI
do Conselho Editorial

Para 31% dos eleitores brasileiros, os congressistas -deputados federais e senadores- que chegam ao final de seu mandato têm avaliação "ruim/péssima".
Essa porcentagem negativa só é inferior à dos três governadores de pior desempenho entre os dez pesquisados pelo Datafolha. São eles Marcello Alencar (RJ), com 34% de "ruim/péssimo", Miguel Arraes (PE), com 46%, e Paulo Afonso (SC), com 48% -os três deixaram o cargo na sexta-feira. O presidente Fernando Henrique Cardoso tem 25% de avaliação negativa.
Esses resultados surgem em pesquisa do Datafolha, feita em 10 e 11 de dezembro, com 11.828 eleitores em todo o país. Os resultados para o presidente e para os governadores foram publicados em 27 e 28 de dezembro, respectivamente. A margem de erro é de dois pontos.
De todo modo, a maioria relativa (43%) considera "regular" o desempenho dos congressistas eleitos em 1994 e que estão encerrando seus mandatos.
"Ótimo/bom" é qualificativo a que recorrem apenas 18%. Nesse caso, é o mais baixo índice de "ótimo/bom" entre todos os representantes eleitos da população (presidente e os dez governadores pesquisados pelo Datafolha, além dos congressistas federais).
Não houve, nos quatro anos de mandato, variação significativa na avaliação do Congresso Nacional. O "regular" predominou sempre, seguido de "ruim/péssimo".
Houve um pico de desprestígio em março do ano passado (33% de "ruim/péssimo", de todo modo não muito diferente dos 31% agora registrados). O melhor momento do Congresso deu-se na primeira pesquisa após a posse, exatamente em setembro de 95, quando 22% dos consultados consideravam "ótimo/bom" o desempenho dos parlamentares.
Em relação ao novo Congresso, 41% dos pesquisados esperam que ele tenha um trabalho "ótimo/ bom", mais que o dobro, portanto, dos 18% que agora consideram que o desempenho dos parlamentares merece tal qualificativo.
O Rio é o Estado mais crítico: apenas 11% de seus eleitores dão "ótimo/bom" para o Congresso.
De modo geral, são os eleitores teoricamente mais informados os que mais descontentes estão com o Congresso: só 11% dos eleitores com nível educacional superior consideram "ótimo/bom" o seu trabalho, contra 21% entre eleitores que não foram além do 1º grau.
Os mais ricos e os habitantes das regiões metropolitanas são mais críticos que os que ganham até 10 salários-mínimos e os que vivem no interior.
Por partido de preferência, os do PPB têm julgamento mais negativo do Congresso: apenas 8% acham "ótimo/bom" o seu desempenho.
Os mais jovens são os menos críticos, quando a divisão da pesquisa é por idade: 23% consideram "ótimo/bom" o Congresso.



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