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São Paulo, segunda-feira, 03 de fevereiro de 2003

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Dirceu intervém para assegurar acerto com PMDB

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Uma intensa negociação da cúpula do PMDB com líderes do governo Lula na véspera da eleição do presidente e dos membros da Mesa Diretora assegurou a eleição do ex-líder Geddel Vieira Lima (BA) para o cargo de 1º secretário da Câmara, com 264 votos contra 169 de José Pinotti (PMDB-SP).
A vitória de Pinotti, lançado pelo grupo dissidente, provocaria um racha no PMDB e poderia azedar a relação do partido com o governo Lula. Até o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, interveio para que fosse honrado um acordo pelo qual Geddel seria eleito.
Apesar de não gostar de Geddel, Dirceu julgou melhor cumprir o acordo para não dar força a uma dissidência no PMDB, o que ampliaria a necessidade do PT de recorrer ao PFL do senador Antonio Carlos Magalhães (BA). Fugindo do assédio do plenário, o ministro instalou-se na gabinete do líder do governo para controlar os deputados da base aliada que ameaçavam votar em Pinotti.
A cúpula do PMDB percebeu o crescimento da candidatura de Pinotti, do grupo dissidente, na tarde de sábado, durante a posse dos deputados. O presidente Michel Temer (SP) e líderes do partido foram até a liderança do PT para tentar obter o apoio público a Geddel.
A direção do PMDB reuniu-se com Geddel na liderança do PMDB e fez um relato da reunião. Geddel não se sentiu seguro e tomou uma decisão drástica: inscrever-se como candidato a presidente da Câmara. Queria forçar o ministro José Dirceu (Casa Civil) a pedir a retirada da candidatura de Pinotti. Geddel formalizou a candidatura às 23h30, meia hora antes de encerrar o prazo.
A cúpula do PMDB faz nova reunião no final da noite na casa de Eunício. O líder do governo na Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), chegou à 0h30 e ouviu de Temer que, se não fosse cumprido o acordo, estaria comprometida a aproximação do PMDB com o governo.
Rebelo assegurou que o governo não interferiria na disputa e que a base aliada manifestaria publicamente o apoio ao candidato oficial do partido. Diante disso, Geddel retirou sua candidatura à presidência ontem de manhã. No início da sessão, a cúpula do PMDB organizou um corpo-a-corpo com os deputados.


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