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CPI ouve mais promessas nos EUA
IURI DANTAS
DE WASHINGTON
No último dia de sua viagem
aos Estados Unidos, a equipe da
CPI dos Correios obteve do Departamento de Justiça a promessa
de acelerar o intercâmbio de informações com o Brasil em investigações ligadas a corrupção e a
notícia de que dois promotores
americanos farão o acompanhamento diário das evoluções do caso Duda Mendonça no país. Se
houver indícios de violação da lei
dos EUA, o publicitário poderá
responder a processo por isso.
Ao deixar Washington na tarde
de ontem, de onde iriam a Nova
York e de lá voltariam ao Brasil, os
deputados Maurício Rands (PT-PE), Eduardo Paes (PSDB-RJ)
eOsmar Serraglio (PMDB-PR),
relator da CPI, fizeram um balanço positivo da viagem.
"Conseguimos comprovar de
fato que o sr. Duda Mendonça recebeu recursos deste esquema no
exterior", disse Paes, a despeito de
não ter tido acesso a nenhum novo documento de Duda nos EUA.
Segundo a equipe, integrada
também pelo diretor do DRCI
(Departamento de Recuperação
de Ativos, do Ministério da Justiça), Antenor Madruga, a viagem
foi importante para agilizar o repasse de dados já solicitados anteriormente pelo governo brasileiro. Os EUA trataram do caso como mais um entre os milhares de
pedidos que recebem, até que os
deputados conseguiram demonstrar a importância do assunto.
Antes de embarcar para Nova
York, Serraglio disse que o trabalho da comissão até o momento
indica que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha conhecimento do "mensalão". "Sabemos
que o presidente sabia do esquema e que tomou algumas medidas quanto a isso. Não podemos
julgar se as medidas adotadas por
Lula foram boas o suficiente."
Para Rands, a prioridade que o
Departamento de Justiça dos
EUA dará ao caso vai aprimorar o
sistema de cooperação entre os
países. "Conseguimos avançar
em dois pontos. Acelerar a cooperação e aperfeiçoar a interpretação do tratado. Os americanos reconheceram o bom trabalho do
Ministério da Justiça e prometeram auxiliar no combate à lavagem de dinheiro e corrupção."
O Ministério da Justiça e o Ministério Público já dispõem da
movimentação da conta Dusseldorf, onde Duda admitiu ter depositado cerca de US$ 10 milhões
recebidos do PT por dívida da
campanha de Lula. Agora, o Departamento de Justiça dos EUA
terminará o rastreamento de outras contas de Duda e verificará se
há indícios de crime. Anteontem,
o Fincen (agência de inteligência
financeira dos EUA) prometeu
repassar os dados ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades
Financeiras), onde a CPI espera
ter acesso mais facilmente.
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