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ELEIÇÕES 2006/DANÇA DAS CADEIRAS
Jobim confirma que deixará cargo para se filiar ao PMDB; além de Misabel Derzi, desembargador Enrique Ricardo Lewandowski é cotado
Procuradora deve ganhar vaga no STF
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva afunilou ontem para dois
nomes a lista original de 11 candidatos que disputam a indicação
para o Supremo Tribunal Federal.
A procuradora-chefe da Prefeitura de Belo Horizonte, Misabel de
Abreu Machado Derzi, e o desembargador paulista Enrique Ricardo Lewandowski apareciam como os mais cotados.
O presidente tende a indicar um
homem e uma mulher para as
duas próximas vagas do Supremo
-uma já aberta com a aposentadoria de Carlos Veloso, e outra
que se abrirá com a saída de Nelson Jobim, presidente do Supremo, que ontem disse a Lula que
deixará o cargo em março para se
filiar ao PMDB.
Na vaga "feminina", a escolhida
é Misabel, cuja indicação recebe
forte apoio político do PT. Ela esteve ontem com Lula, ao lado do
prefeito de Belo Horizonte, o petista Fernando Pimentel.
Já Lewandowski, que também
esteve com o presidente, causou
boa impressão, segundo auxiliares do presidente. Lula disse a
pessoas próximas que estava entre Misabel e Lewandowski para a
primeira vaga.
O professor de direito civil da
Universidade Federal do Paraná
Luiz Edson Fachin passou de favorito a azarão. Mas ele tem a
simpatia do ministro da Justiça,
Márcio Thomaz Bastos, interlocutor do presidente que terá mais
peso nas duas escolhas.
Eleições
Na conversa que teve ontem
com Lula, Jobim considerou "difícil" a possibilidade de aliança
oficial do PMDB com o PT -o
que seria necessário para que fosse candidato a vice na chapa petista- e colocou-se à disposição para ser uma ponte entre o partido
do presidente e o PSDB.
Jobim tem forte laços com os tucanos e desenvolveu uma relação
amistosa com Lula. O presidente
avalia que isso pode facilitar um
diálogo entre PT e PSDB, que polarizam as eleições presidenciais
desde 1994.
Na reunião, Jobim disse que
quer se filiar ao PMDB, partido ao
qual pertencia antes de virar ministro do STF, mas somente após
19 de março, quando será a prévia
em que cerca de 20 mil filiados da
legenda escolherão um candidato
a presidente.
Nos bastidores, Lula trabalha
para que a ala governista inclua na
cédula de votação da prévia outra
opção: a de um peemedebista ser
vice numa aliança PT-PMDB. Segundo a Folha apurou, o próprio
Lula sabe que será difícil ter o
PMDB oficialmente ao seu lado,
mas pretende costurar alianças
estaduais entre os dois partidos,
garantindo alguns palanques.
"Jornalista que especula e político que sonha com o apoio do
PMDB ao PT ou ao PSDB vai perder", disse ontem o peemedebista
Jarbas Vasconcelos, governador
de Pernambuco, que esteve reunido com Lula.
Nas conversas reservadas, Lula
tem dito que já considera uma vitória política que a maioria dos
caciques peemedebistas esteja
apoiando o governador Germano
Rigotto (RS) nas prévias do partido e não o ex-governador Anthony Garotinho (RJ). Na avaliação de Lula, Rigotto é um candidato que adotaria um discurso
menos agressivo em relação a ele,
além de estar com baixo patamar
de intenção de voto nas pesquisas
-entre 2% e 3% a depender da
pesquisa e do cenário.
Colaboraram ELIANE CANTANHÊDE, PEDRO DIAS LEITE e ANA CESALTINA, da
Sucursal de Brasília
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