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Candidatura Alckmin ganha manifesto
DA REPORTAGEM LOCAL
Em resposta ao avanço do prefeito paulistano José Serra na disputa interna do PSDB, os apoiadores do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, lançarão um
manifesto em favor de sua candidatura à Presidência. Um dos articuladores, o deputado Roque
Barbieri, promete, para terça-feira, a divulgação de um documento em que toda a bancada do
PSDB na Assembléia Legislativa
defenderia a escolha de Alckmin.
Segundo ele, "o partido em São
Paulo está sendo covarde e deve
mostrar ao país que prefere Alckmin". "Nada contra. Mas o Serra
deve ficar na dele. O Serra está no
teto. O Alckmin, no piso."
O potencial de crescimento não
é o único argumento dos defensores de Alckmin. Líder do governo
na Assembléia, Edson Aparecido
alega que a indicação de Serra colocaria em foco a comparação do
governo Lula com o de Fernando
Henrique Cardoso. Aparecido
ressuscita ainda uma polêmica:
"Não tem sentido o PSDB deixar
de administrar uma cidade como
São Paulo, algo por que lutamos
durante 20 anos".
"O governador está mais tranqüilo em comparação aos prejuízos da renúncia do prefeito Serra.
Ele prometeu ficar", endossou a
deputada Havanir Ribeiro.
O deputado Orlando Morando
chega a lembrar o empenho de
Alckmin pela eleição de Serra em
2004. "Espero que o prefeito reconheça o apoio de Geraldo", disse.
Se Serra quiser concorrer à Presidência, terá que deixar o cargo
antes de abril, deixando os dois
anos e nove meses restantes de
mandato para o PFL do vice Gilberto Kassab.
Amanhã, Barbieri e Aparecido
estarão em Araçatuba, onde prefeitos, vereadores e presidentes de
diretórios municipais farão um
movimento pró-Alckmin. A
ofensiva provoca, no entanto,
desconforto na bancada. Embora
a maioria seja favorável a Alckmin, alguns resistem à idéia de ter
que optar agora. Incomodado, o
deputado Celino Cardoso duvida
que esse movimento parta do governador. "Esse tipo de pressão
não ajuda. Os dois são sensatos.
Vão compor entre si. Não vão expor os companheiros a escolher."
O movimento é uma reação ao
exército serrista. Alckmin tem lamentado da desarticulação e se
queixa da "plantação" de notícias
em favor de Serra. "Por enquanto,
eles só ganharam em plantação de
notinhas", ironizou Aparecido.
Frente pró-Serra
Também na semana que vem,
Serra receberá o apoio de uma
frente nascida do meio acadêmico. Na terça-feira, o economista
Luiz Gonzaga Beluzzo, que é filiado ao PPS, participou de um encontro para elaboração de um
manifesto pela candidatura de
Serra. A reunião contou com a
presença dos professores José
Márcio Rêgo e Basílio Sallum Jr.
"Foi uma reunião suprapartidária para tratar da candidatura Serra. Na eleição anterior eu apoiei o
Lula e vejo hoje que o Brasil precisa de uma direção mais firme para
recuperar o crescimento econômico", justificou Beluzzo.
Além de um manifesto, o movimento terá um site na internet, a
exemplo do "Nova Política"
(www.novapolitica.org.br), em
favor de Alckmin.
Ontem, o governador voltou a
atribuir a uma interpretação equivocada a notícia de que esteja reavaliando sua decisão de renunciar
ao mandato. Ele disse que tem o
sonho de trabalhar pelo país.
Apesar disso, ele não respondeu
se permanecerá no cargo, caso o
PSDB opte por lançar Serra à disputa pela Presidência.
"Por que vou avaliar uma hipótese que exclui uma postulação
que estou fazendo?", reagiu.
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