da Sucursal de Brasília

O Ministério Público Federal pode denunciar o deputado Hildebrando Nogueira Neto (PFL-AC), que assumiu há dois dias, por suspeita de envolvimento em um esquadrão da morte no Acre.
O procurador federal Wagner Gonçalves vai propor que o deputado seja denunciado ao Supremo Tribunal Federal.
Nogueira Neto também poderá ser o primeiro dos novos parlamentares a responder a um processo de cassação de mandato por quebra do decoro parlamentar.
Quem defende a proposta é o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, órgão do Ministério da Justiça, que reuniu um dossiê de mais de 700 páginas contra o parlamentar.
O documento reúne investigações realizadas desde 1997 por uma subcomissão do conselho, que teve a participação de autoridades da Polícia Federal, da Procuradoria da República no Acre e do Ministério Público.
Até o final deste mês, será encaminhado ao presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), um dossiê que aponta "indícios veementes" sobre a participação do deputado em grupo de extermínio que já matou pelo menos 30 pessoas no Acre.
A Folha telefonou ontem para o gabinete do deputado, mas não houve retorno. Seu advogado, Ruy Duarte, disse que os indícios levantados pela PF não podem servir para a instauração de processo com vista a cassar o mandato de Nogueira Neto por suposta quebra do decoro parlamentar.
"Indício é apenas uma probabilidade. Não é uma certeza", disse.



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