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Maioria não sabe quem é ex-assessor, diz Datafolha
FLÁVIA MARREIRO
DA REDAÇÃO
VIRGILIO ABRANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL
O homem que abalou o prestígio do ministro da Casa Civil, José Dirceu, é um desconhecido para 53% da população. A parcela nem sequer ouviu falar de Waldomiro Diniz, o ex-assessor do Planalto.
Então no governo de Benedita da Silva (PT-RJ), ele foi flagrado, em 2002, pedindo propina a um empresário do ramo de jogo.
A ignorância sobre o caso se agrava se considerado o universo de 47% que disseram "ter ouvido falar" de Waldomiro: 44% não sabiam dizer nada sobre ele.
Os dados são da pesquisa Datafolha da última segunda-feira, em que foram ouvidas 2.306 pessoas em 132 cidades do país -mais de duas semanas após o caso Waldomiro ganhar jornais e TVs. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
As taxas não surpreendem o diretor do Datafolha, Mauro Paulino, que cita pesquisas sobre escândalos da era FHC (1995-2002). "É normal. Em outros casos as taxas eram parecidas."
Quando questionados sobre as acusações, surgidas em 2002, contra o ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio, 53% dos entrevistados do Datafolha disseram saber do que se tratava, contra 46% que o ignoravam (pesquisa de maio de 2002). Ligado aos tucanos, Sérgio foi acusado de pedir propina para ajudar a formar um consórcio para a compra da Vale do Rio Doce. Ele nega.
Na proposta de CPI da corrupção -sobre irregularidades no governo FHC em 2001-, 55% disseram saber das acusações, contra 45% de não-informados.
"Seria preciso que houvesse uma permanência mais longa desse caso na mídia e na imprensa para que esse caso realmente alcançasse a população", diz Fábio Wanderlei Reis, cientista político da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). "O eleitorado não lê jornal, é desatento, está de costas para a política", completa.
Imagem colada
Entre os que souberam dizer algo sobre Waldomiro Diniz, 22% citaram casos de corrupção. São seguidos pelos 9% que o ligaram a Dirceu. Depois de serem informados do caso, 67% defenderam o afastamento temporário ou definitivo do ex-chefe de Waldomiro e outros 81% defenderam CPI.
O ex-assessor é "pessoa ligada/ trabalhou" no governo Anthony Garotinho (então PSB) para 1%, apesar de o ex-governador atribuir publicamente ao PT a indicação de Waldomiro à Loterj.
Os entrevistados não lembraram da petista Benedita da Silva (RJ) -em viagem, ela não deu nenhuma declaração. Foi no governo dela que a fita do escândalo foi gravada.
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