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OUTRO LADO
Empresa diz que procurações dão poder a diretores
DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
A assessoria de imprensa da
GTech Brasil disse ontem que a
procuração passada em 2002
ao hoje presidente da Cobra
Computadores, Graciano dos
Santos Neto, era uma "prática
administrativa" da empresa.
Afirmou que as procurações
são "renovadas anualmente",
para dar poderes aos diretores
que administram empresas ligadas à GTech. Neto dirigiu a
Transactive, um braço da
GTech, entre 2001 e 2002.
A GTech teve um contrato de
R$ 650 milhões renovado em
abril de 2003 pela Caixa Econômica Federal. O Ministério Público Federal investiga a operação, após ter sido revelado que
executivos da GTech se encontraram com o ex-assessor do
ministro José Dirceu (Casa Civil) Waldomiro Diniz.
"Não há nenhum vínculo, nenhum negócio ou contrato, entre a GTech e a Cobra", disse
ontem o gerente-executivo de
marketing e comunicação da
Cobra, Cássio Roselli. Ele afirmou que a procuração passada
pela GTech a Neto devia-se "às
suas funções como diretor da
Transactive". De acordo com o
assessor, a Transactive tratava
de transações financeiras, que
não teriam "nada a ver com loterias ou bingos".
Segundo Roselli, a escolha de
Neto para a presidência da Cobra obedeceu a "critérios técnicos". O assessor disse que Neto
tem "32 anos de experiência
profissional com tecnologia da
informação".
Procurado pela Folha, Neto
não deu entrevista, sob alegação, informada pela assessoria,
de que teve de participar de
uma reunião de trabalho com
dirigentes do BB.
O Banco do Brasil informou,
por meio de sua assessoria, que
não tinha conhecimento da
procuração da GTech para Neto, mas reafirmou que a opção
do Conselho Diretor do banco
pelo nome dele para a presidência da Cobra foi pautada
por "critérios técnicos".
Segundo a assessoria, a decisão do Conselho Diretor foi tomada de forma colegiada, com
oito votos, como tem ocorrido
no banco desde 1995.
Segundo a assessoria da
GTech, Neto "não tem nenhum
vínculo atual" com a empresa.
(RUBENS VALENTE)
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