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Micro de ex-assessor está encostado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
O computador usado entre janeiro de 2003 e 13 de fevereiro último pelo ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Presidência
Waldomiro Diniz em seu gabinete, no quarto andar do Palácio do
Planalto, está lacrado e encostado
há 19 dias em uma sala do prédio.
Além do computador, que ainda não foi periciado, toda a documentação manuseada, recebida
ou enviada por Waldomiro nos
quase 14 meses em que esteve à
frente do cargo permanece no local, sem ter sido requisitada pela
Polícia Federal. O governo tem
afirmado que tomou, de forma
"rápida e eficiente", todas as medidas para apurar o caso -sendo
elas a exoneração, "a pedido", de
Waldomiro, a abertura de inquérito policial e a instauração de
uma comissão de sindicância.
Dois dias após o caso ter vindo à
tona, policiais federais, cumprindo uma ordem judicial, entraram
no apartamento de Waldomiro
em Brasília e apreenderam computadores, disquetes, extratos
bancários e contas de telefone.
Até ontem, porém, a PF não havia solicitado nada a respeito ao
ministro Aldo Rebelo (Coordenação Política e Assuntos Institucionais), que passou a ter ascendência sobre a subchefia após a reforma ministerial de janeiro. Ontem,
a assessoria da PF não soube informar se, nas próximas semanas,
haverá a coleta do material mantido no Planalto. A própria PF havia informado que investigaria os
atos de Waldomiro no Planalto.
A comissão de sindicância instalada há duas semanas no Planalto para apurar o caso ainda não
definiu se pedirá uma perícia no
computador. A comissão, composta por três servidores do Poder
Executivo, tem até 19 de março
para entregar um relatório ao ministro Rebelo. O prazo dos trabalhos, porém, poderá ser prorrogado por mais 30 dias.
Os servidores estão analisando
documentos encaminhados pela
Subchefia de Assuntos Parlamentares, hoje comandada por Alon
Feuerwerker, homem de confiança de Aldo.
A Folha apurou que, em meio à
papelada, há muitos ofícios vindos do Congresso diretamente
para Waldomiro, entre os quais
pedidos de nomeações em cargos
públicos e liberação de recursos
dos ministérios. Lideranças partidárias têm dito que os pedidos de
cargos eram feitos apenas ao assessor especial da Casa Civil, Marcelo Borges Sereno -de saída do
governo, após o escândalo que
envolveu Waldomiro. Desde anteontem, a comissão de sindicância está ouvindo funcionários da
subchefia, que permanecem os
mesmos da gestão Waldomiro.
A comissão de sindicância requisitou ao Palácio do Planalto a
declaração de patrimônio de Waldomiro, entregue obrigatoriamente por todos os servidores ao
ingressar na carreira pública. Ele
foi nomeado pelo ministro José
Dirceu em janeiro de 2003.
A intenção é verificar se o ex-subchefe cometeu alguma omissão na relação de bens.
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