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Fazendeiro diz que suposto mandante do crime esteve em sua propriedade
DA AGÊNCIA FOLHA, EM ALTAMIRA
O fazendeiro de Altamira (PA)
Laudelino Délio Fernandes Neto
admitiu ontem em depoimento,
segundo a Polícia Civil, que Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida
-indiciado como mandante do
assassinato da missionária Dorothy Stang-, esteve em sua fazenda em Anapu após o crime, de
onde fez um telefonema.
Délio, como o fazendeiro é conhecido, disse que Bida foi até sua
fazenda em sua camionete na madrugada de segunda-feira (o crime ocorreu no sábado, dia 12), fez
um telefonema e foi apanhado
por outra camionete, às 10h.
Ele responde a processo por
fraudes na extinta Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia). Délio foi citado
anteontem no depoimento de
Rayfran das Neves Sales, 27, o Fogoió, que confessou ter atirado na
freira. Segundo Fogoió, Bida teria
dito que usaria um avião de Délio
para fugir após o crime. Délio nega e diz ser proprietário de dois
lotes na gleba Bacajá, a mesma
onde Dorothy foi assassinada.
O fazendeiro diz que conhece
Bida e que era "amigo" de irmã
Dorothy. Também diz ser "católico apostólico romano". "Até
apoiei o Chiquinho do PT [amigo
da irmã e ex-candidato a prefeito
de Anapu] nas últimas eleições.
Fiquei horrorizado com a morte."
Délio também disse que as acusações de desvio de verbas na Sudam "são políticas". Ele recebeu
R$ 4,6 milhões da extinta Sudam.
Fogoió e Clodoaldo Carlos Batista, o Eduardo -indiciado como co-autor do assassinato-
também envolveram anteontem
o prefeito de Anapu, Luiz dos Reis
Carvalho (PTB), no caso. Segundo eles, Bida procuraria o prefeito
com o objetivo de obter ajuda caso um dos envolvidos fosse preso.
O prefeito nega, mas admitiu não
ter a escritura de uma fazenda de
cem hectares que possui em Anapu.
(MS)
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