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CASO OKAMOTTO
Pefelista quer prorrogar CPI dos Bingos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O senador Romeu Tuma (PFL-SP) sugeriu a prorrogação dos
trabalhos da CPI dos Bingos, cujo
término está marcado para 25 de
abril. O principal argumento de
Tuma para a extensão dos trabalhos é aprofundar as investigações
sobre Paulo Okamotto, presidente do Sebrae e amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A quebra dos sigilos telefônico,
fiscal e bancário de Okamotto voltou a ser discutida na CPI depois
que técnicos da comissão receberam relatório sobre ligações telefônicas dele. O relatório mostra
que Okamotto falava com freqüência, durante 2002, com o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e
até com uma das empresas do publicitário Duda Mendonça.
Foram localizados 161 telefonemas com pessoas citadas nas investigações da CPI dos Correios.
A maior parte se concentra no
ano da eleição. Foram encontradas algumas ligações no início de
2003. Okamotto diz ser natural ter
falado com petistas na época, pois
trabalhou na campanha de Lula.
"Não podemos deixar que
aconteça o mesmo que ocorreu
com a CPI do Mensalão", disse
Tuma, referindo-se à comissão
que encerrou seus trabalhos sem
votar um relatório final ou apontar culpados pelo esquema.
Okamotto conseguiu impedir o
acesso da CPI aos seus sigilos ao
ingressar com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal neste ano. Em 30 de janeiro, o
presidente do STF, Nelson Jobim,
concedeu liminar favorável a
Okamotto. O ministro Cezar Peluso foi encarregado de analisar o
caso, e já deu parecer mantendo a
decisão, que agora precisa ser
analisada pelo plenário do STF.
O presidente do Sebrae é investigado pela CPI por ter admitido
ser o responsável pelo pagamento
de uma dívida de R$ 29,4 mil de
Lula com o PT. Ele contou à CPI,
em dezembro de 2002, que recebeu uma procuração do presidente para cuidar do assunto. Segundo ele, as dívidas estavam relacionadas a despesas de Lula e da primeira-dama, Marisa Letícia, em
viagens ao exterior antes da posse.
Quando foi revelado o pagamento da dívida, integrantes da
CPI suspeitaram que o dinheiro
pudesse ter vindo do "valerioduto", esquema de Marcos Valério.
Além disso, Okamotto é investigado devido a denúncias de corrupção em São José dos Campos
na gestão de Angela Guadagnin
(PT). É acusado pelo ex-secretário
e ex-petista Paulo de Tarso Venceslau de comandar um esquema
de caixa dois em campanhas.
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