São Paulo, sexta-feira, 03 de março de 2006

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CASO OKAMOTTO

Pefelista quer prorrogar CPI dos Bingos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O senador Romeu Tuma (PFL-SP) sugeriu a prorrogação dos trabalhos da CPI dos Bingos, cujo término está marcado para 25 de abril. O principal argumento de Tuma para a extensão dos trabalhos é aprofundar as investigações sobre Paulo Okamotto, presidente do Sebrae e amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A quebra dos sigilos telefônico, fiscal e bancário de Okamotto voltou a ser discutida na CPI depois que técnicos da comissão receberam relatório sobre ligações telefônicas dele. O relatório mostra que Okamotto falava com freqüência, durante 2002, com o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e até com uma das empresas do publicitário Duda Mendonça.
Foram localizados 161 telefonemas com pessoas citadas nas investigações da CPI dos Correios. A maior parte se concentra no ano da eleição. Foram encontradas algumas ligações no início de 2003. Okamotto diz ser natural ter falado com petistas na época, pois trabalhou na campanha de Lula.
"Não podemos deixar que aconteça o mesmo que ocorreu com a CPI do Mensalão", disse Tuma, referindo-se à comissão que encerrou seus trabalhos sem votar um relatório final ou apontar culpados pelo esquema.
Okamotto conseguiu impedir o acesso da CPI aos seus sigilos ao ingressar com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal neste ano. Em 30 de janeiro, o presidente do STF, Nelson Jobim, concedeu liminar favorável a Okamotto. O ministro Cezar Peluso foi encarregado de analisar o caso, e já deu parecer mantendo a decisão, que agora precisa ser analisada pelo plenário do STF.
O presidente do Sebrae é investigado pela CPI por ter admitido ser o responsável pelo pagamento de uma dívida de R$ 29,4 mil de Lula com o PT. Ele contou à CPI, em dezembro de 2002, que recebeu uma procuração do presidente para cuidar do assunto. Segundo ele, as dívidas estavam relacionadas a despesas de Lula e da primeira-dama, Marisa Letícia, em viagens ao exterior antes da posse.
Quando foi revelado o pagamento da dívida, integrantes da CPI suspeitaram que o dinheiro pudesse ter vindo do "valerioduto", esquema de Marcos Valério.
Além disso, Okamotto é investigado devido a denúncias de corrupção em São José dos Campos na gestão de Angela Guadagnin (PT). É acusado pelo ex-secretário e ex-petista Paulo de Tarso Venceslau de comandar um esquema de caixa dois em campanhas.


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