São Paulo, terça, 3 de março de 1998

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Banqueiro também culpa FHC

ANTONIO CARLOS SEIDL
da Reportagem Local

Geraldo Carbone, 41, presidente do BankBoston, disse à Folha, comentando o rombo das contas públicas em 97, que os resultados foram "muito piores do que qualquer previsão mais pessimista".
Carbone afirmou que os Estados e municípios não são os únicos culpados pelo aumento do déficit público.
"Não se pode esquecer a responsabilidade do governo federal, que mostrou uma piora de 0,4% do PIB em relação ao resultado obtido em 96, e também das estatais, que, mesmo com fortes correções das tarifas, não mostraram melhora em relação ao ano anterior."
"A responsabilidade deve ser dividida com prefeitos e governadores, mas é inegável que a sensação de descontrole fiscal deve pesar sobre o presidente."
Carbone disse que o desempenho fiscal é um termômetro importante para se avaliar a qualidade dos fundamentos econômicos de qualquer país.
"Se a avaliação dos agentes internos e externos sobre esses números for muito negativa, cai a confiança na capacidade das autoridades manterem os principais pontos da política econômica e, com isso, o fluxo de capitais externos."
Carbone não vê necessidade de novo pacote fiscal, mas disse que seriam bem vindas medidas tais como o corte de despesas.
"O que preocupa são as eleições, já que a história mostra que austeridade não é uma palavra muito apreciada em anos eleitorais."



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