São Paulo, terça, 3 de março de 1998

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Segunda mão

NELSON DE SÁ
da Reportagem Local

- Eu boto todos os aparelhos sanitários. Compro de segunda mão, mas depois de assentado passa como de primeira...
A gravação de "cinegrafista amador" com a frase acima, entre outras do deputado Sérgio Naya, era o faltava para abrir a histeria dos poderes. Não importa que seja velha de quatro anos.
FHC, presidente da República, quer acabar com a imunidade parlamentar, segundo o Jornal da Band.
ACM, presidente do Congresso, pregou em todos os telejornais a cassação sumária e deu como justificativa o vídeo do Fantástico.
O corregedor-geral da Câmara agora fala em cassação. Um deputado do Rio chegou a pedir CPI.
A Justiça determinou a apreensão dos aviões de Sérgio Naya e a Polícia Federal investiga o seu envolvimento em contrabando.
Denúncias pululam pelo país. Ele não teria pago por máquinas de costura que comprou em Três Pontas, Minas. Também não teria pago a fonoaudióloga de sua campanha eleitoral.
E entra o Jornal Nacional com o primeiro veredicto, já nas manchetes:
- Cínico!


Em meio ao cinismo, mal se menciona um outro responsável, a Prefeitura do Rio. O prefeito é citado como lutando por um financiamento da Caixa para os ex-moradores, coisas assim.
Muito de passagem, a Globo notou ontem que a Prefeitura pode ser processada por falta de fiscalização.


Em São Paulo, dois correligionários de Sérgio Naya, Paulo Maluf e Celso Pitta, seguiam em campanha com "aquelas obras".
Passearam pelas obras de Interlagos num Porsche.


E-mail: nelsonsa@uol.com.br



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