São Paulo, quarta-feira, 03 de abril de 2002

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Quércia defende candidatura própria

LIEGE ALBUQUERQUE
JULIA DUAILIBI


DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do diretório paulista do PMDB, o ex-governador Orestes Quércia, afirmou ontem que estão suspensas quaisquer negociações com o PSDB para formar uma aliança em São Paulo em torno da reeleição do governador Geraldo Alckmin.
"Vamos levantar a bandeira da candidatura própria a partir de agora", afirmou Orestes Quércia.
Quércia é líder da facção majoritária do diretório paulista, que tem, do outro lado, o deputado Michel Temer como porta-voz.
Temer negou que as conversas tenham parado. "Só Quércia parou. Eu não", declarou Temer, que negocia com os tucanos o nome do vice na chapa encabeçada por José Serra ao Planalto.
Segundo Quércia, sua atitude de encerrar as negociações em São Paulo é coerente com o lançamento ontem em Brasília da pré-candidatura do senador Pedro Simon (RS) à Presidência, a ser discutida na convenção do PMDB em junho. "O partido tem nomes e força para lançar candidaturas nacionalmente e em São Paulo."
Quércia, que há 15 dias teve um encontro com o presidenciável tucano José Serra, afirmou que a reunião foi "igual" a qualquer outra com presidenciáveis, como a que teve com o presidenciável do PT Luiz Inácio Lula da Silva. "Até agora não houve nenhum tipo de conversa boa para o partido. Nada melhor do que o lançamento de uma candidatura própria."
O PSDB paulista admite que quer o PMDB ao seu lado, mas o cenário ficou incerto com a verticalização das coligações.
O PMDB, que viria somar na aliança paulista, tem esbarrado em resistências do ex-governador. "Não há a menor hipótese do partido sair com o vice do PSDB em São Paulo", afirmou Quércia, que disse estar disposto a ser candidato ao governo do Estado.
A Folha apurou que, apesar do discurso de Quércia ser a favor da candidatura própria, o ex-governador deve buscar vaga no Senado -posto pleiteado também por Temer.
A tentativa de se lançar como pré-candidato visa manter espaço dentro do partido e, dessa forma, maior poder de negociação com os peemedebistas governistas.



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