ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO

Mesmo com as obras do metrô do Rio paralisadas por atraso de pagamento à empreiteira Andrade Gutierrez, o governo do Estado autorizou um aumento de R$ 44 milhões no contrato da construtora com a empresa estadual Rio Trilhos, responsável pelas administração da construção da nova estação Siqueira Campos, em Copacabana (zona sul).
O aditivo foi aprovado pela diretoria da Rio Trilhos no dia seguinte à paralisação das obras. A reunião ocorreu na última quinta, quando faltava apenas uma semana para o afastamento do governador Anthony Garotinho, que deixa o cargo na sexta para concorrer a presidente pelo PSB.
O contrato da Andrade Gutierrez passa de R$ 162 milhões para R$ 206 milhões. A negociação para aprovação do aditivo foi antecipada pela Folha em 16 de março.
O diretor de Engenharia da Rio Trilhos, Manoel José Salino Côrtes, disse que a empresa chegou a estudar aumento maior, de R$ 78 milhões, para incluir a reconstrução de prédios demolidos no início das obras, mas decidiu deixar a decisão para a futura governadora, Benedita da Silva (PT).
O aditivo, segundo ele, cobre aumentos de custos não previstos no orçamento inicial. Ele disse que o projeto teve de ser modificado para não danificar a estrutura de prédios. O aumento corresponde a 27,16% do valor do contrato inicial da Andrade Gutierrez, ultrapassando o limite de 25% previsto na lei que disciplina as licitações públicas. O diretor disse que a legislação admite reajustes maiores quando há mudança qualitativa na obra.
O presidente da Rio Trilhos, Alexandre Farah, disse que o aditivo foi aprovado pela Procuradoria Geral do Estado antes de ser submetido à diretoria da estatal.
Ontem Garotinho anunciou a liberação de R$ 10,5 milhões para que as obras sejam retomadas.



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