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ELEIÇÕES 2006/PUBLICIDADE SUSPEITA
Segundo o banco, a nova compra foi feita porque a mercadoria
original não era adequada para uso em panificação artesanal
Nossa Caixa diz que fornos foram para escolas e hospitais
DA REPORTAGEM LOCAL
A diretoria do banco Nossa Caixa informou, por intermédio da
assessoria de comunicação, que
havia deliberado participar do
Programa de Padarias Artesanais
do Fundo Social de Solidariedade
do Estado de São Paulo, autorizando a doação de 500 fornos.
"Adquiridos os bens por processo
licitatório, verificaram-se problemas na especificação do produto", informou a assessoria.
A Nossa Caixa informou que os
500 fornos não atendiam "às necessidades definidas como padrão para a capacitação em panificação artesanal", segundo testes
realizados pela Coordenadoria de
Assistência Técnica Integral da
Secretaria da Agricultura.
"Por essa razão, o banco destinou os referidos fornos, como
instrumento de relacionamento
no segmento de grande interesse
do banco, a prefeituras, escolas
municipais, creches, hospitais, associações e entidades beneficentes do Estado de São Paulo, com
retorno de imagem altamente positivo". "Em seguida, para atender
ao programa das padarias, aprovou novo processo licitatório para
aquisição do produto."
O banco não comentou a afirmação do ex-diretor Jaime de
Castro de Júnior de que o presidente Carlos Eduardo Monteiro
determinara ao Departamento de
Marketing assumir, "sem alardes", as despesas feitas pelo Departamento de Compras, dando
um destino ao fornos recusados.
O banco explica sua participação no programa das padarias artesanais: "São parceiras do programa em torno de 150 empresas,
inclusive instituições financeiras
concorrentes, que fizeram doações em volume maior".
Sobre as notas fiscais irregulares
para a impressão do jornal do
banco, a Nossa Caixa informa que
a "gráfica citada [Editora Giga]
não era fornecedora direta, e sim
da agência de publicidade [não
especificou qual a agência]".
"Todos os serviços contratados
foram prestados, e o preço para
impressão e distribuição foi inferior aos demais orçamentos
(três), inclusive inferior ao cobrado pela Imesp (Imprensa Oficial
do Estado de São Paulo) apenas
para impressão. Ou seja, R$ 0,33
versus R$ 0,66." "O objetivo foi
atingir grande parte do público-alvo do banco, pela amplitude da
base alcançada pelo veículo."
Sobre os contratos de informática, a Nossa Caixa explica que a
contratação da Asbace foi "para a
prestação de serviços de transações de auto-atendimento e de
transações em correspondentes
bancários, pagos mediante tarifação de utilização de transações".
"Não houve e não há interesse
do banco na aquisição de ativo fixo [máquinas], altamente sujeito
à obsolescência, nem na contratação de mão-de-obra para abastecimento, segurança e manutenção do parque instalado em lugares dispersos do Estado".
"O contrato [da Asbace], se utilizado no valor máximo, como se
espera com o crescimento do
banco, atingirá, ao final de cinco
anos, o valor de R$ 729 milhões."
Sobre a contratação de escritórios terceirizados de advocacia, o
banco informa que, "salvo nas
questões mais complexas ou com
grande impacto financeiro, onde
a contratação é feita por notória
especialização, com pagamentos
nas fases processuais e com previsão de "cláusula ad exitum", todo o
serviço terceirizado é feito por cadastramento e processo público,
com editais no site do banco".
Hoje, são 53 escritórios de advocacia no Estado de São Paulo e 4
escritórios fora do Estado.
A assessoria de Comunicação
do Palácio dos Bandeirantes e o
Fundo Social de Solidariedade do
Estado de São Paulo, consultados
pela Folha, não se manifestaram.
A direção do "Correio Popular",
em Campinas, foi procurada pela
Folha, por telefone, nos últimos
dias, tendo sido informada do
teor da reportagem. A empresa
não se manifestou. Igualmente, a
Asbace não respondeu ao questionário enviado pelo jornal.
Procurado, o ex-gerente de
marketing da Nossa Caixa, Jaime
de Castro Júnior, não quis fazer
comentários.
(FV)
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