e da Redação

O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) é escalado para a equipe de ministro do governo de Fernando Henrique Cardoso no momento em que vive um período de lua-de-mel com os grupos do ex-presidente Fernando Collor e da família de Paulo César Farias em Maceió.
Quase todas as segundas-feiras, por exemplo, costuma almoçar com o ex-deputado federal Euclides Mello, primo de Collor e superintendente das Organizações Arnon de Mello, com quem troca idéias sobre o poder alagoano.
Goza também de prestígio, embora ainda gere uma certa desconfiança, junto à família de PC Farias, que foi tesoureiro da campanha "collorida" em 1989.
Os irmãos de PC, segundo apurou a Folha, viram com entusiasmo a indicação de Renan Calheiros, com quem dividem o mesmo bloco de poder hoje no Estado, ou seja, fazem parte da ala que apóia o governo Fernando Henrique.

Amizade
A amizade com o ex-presidente Collor ganhou proporções quando Calheiros foi líder do governo na Câmara pelo PRN -partido do ex-presidente.
Dias após a posse de Collor, ele já anunciava que seria candidato ao governo de Alagoas.
A tônica de seu discurso era a insistência de que o melhor para o Estado seria ter como governador um amigo do presidente.
Mais tarde, Calheiros não conseguiu o apoio das forças políticas alagoanas e viveu momentos de isolamento. Perdeu a eleição para Geraldo Bulhões (PSC).
Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal, PC assumiu que havia repassado recursos para Bulhões derrotar Calheiros naquela eleição.
Calheiros acusava a eleição de fraudulenta e o presidente Collor de traição por permitir a participação de sua mulher, Rosane, na campanha do adversário.
Quando Calheiros rompeu com o governo de Fernando Collor, PC chegou a acusá-lo de ter sido beneficiado pessoalmente com dinheiro do caixa da campanha.
A amizade com Collor voltou à tona em 91. A essa disposição de Collor, o Planalto classificou como um esforço do ex-presidente para pacificar Alagoas.



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