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ELEIÇÕES 2006/ PRESIDÊNCIA
Lula tem de parar com estilo Rolando Lero, diz Alckmin
Tucano reage a declaração sobre educação em SP e diz que ele não faz demagogia
Segundo o ex-governador,
o presidente, "que nunca sabe" o que acontece ao seu redor, tem de se informar sobre os dados de São Paulo
DA REPORTAGEM LOCAL
O pré-candidato do PSDB à
Presidência, Geraldo Alckmin,
afirmou ontem, em nota, que o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva "precisa parar com seu estilo Rolando Lero habitual,
principalmente no debate da
educação". Ele se referiu ao engabelador personagem da "Escolinha do Professor Raimundo", programa humorístico exibido nos anos 90 pela TV Globo, para responder ao discurso
feito por Lula no início da tarde
na cidade de São Paulo.
Em visita ao Estado, Lula
apresentou o baixo índice de
universitários que estudam na
rede pública de São Paulo (18%,
disse ele) como "uma demonstração de que foi premeditado o
abandono da escola pública
neste país".
Na nota, Alckmin faz uma
alusão ao escândalo do mensalão ao afirmar que " o presidente Lula, que nunca sabe e nunca
vê o que acontece ao seu redor,
precisa se informar sobre os dados da educação pública em São
Paulo". Ele diz ainda que deu
aulas em cursinhos para pagar
seus estudos e, por dar valor à
educação, não faz demagogia
sobre o assunto.
Leia abaixo a íntegra da nota
do pré-candidato tucano:
"O presidente Lula precisa parar
com o seu estilo Rolando Lero habitual, principalmente no debate da
educação, que é um assunto extremamente sério. Quem não investiu o
mínimo para avançar no ensino básico e no combate ao analfabetismo
nos últimos dois anos foi o presidente Lula. Portanto ele é reincidente. E
essa constatação está hoje no relatório divulgado pelo Tribunal de Contas da União.
O presidente Lula não conseguiu
aprovar o Fundeb, mas diz que é
uma realidade no programa de televisão do PT. Paralisou as escolas técnicas iniciadas pelo governo anterior
durante três anos e só as retomou na
véspera da eleição. Quer demonstrar
preocupação com São Paulo, mas a
iniciativa privada teve de colocar recursos em parceria com o governo de
São Paulo para terminar a escola técnica de Capão Bonito, pois os recursos federais nunca foram liberados.
O presidente Lula, que nunca sabe
e nunca vê o que acontece ao seu redor, precisa se informar sobre os dados da educação pública em São Paulo. No Estado, 98,5% das crianças
entre sete e 14 anos estão na escola,
86,9% dos jovens entre 15 e 17 anos
estão matriculados, aumentamos a
carga horária de 5 para 6 horas no
período diurno e de 4 para 5 no período noturno. Implantamos a Escola de Tempo integral em 514 escolas,
destinamos R$ 4,2 bilhões somente
para as três universidades paulistas
-USP, Unesp e Unicamp-, que têm
110 mil alunos. Demos, ainda, bolsa a
quase 50 mil universitários que retribuem prestando serviços nos programas Escola da Família e Jovens
Acolhedores, que humanizaram o
atendimento nas escolas públicas e
nos hospitais públicos do Estado.
O presidente Lula tem de ser informado, também, que foram criadas, pelo governo estadual, 5.500 novas vagas na USP, na Unicamp e na
Unesp, um crescimento de 37% em
relação a 2001. Entregamos 17 novas
Faculdades de Tecnologia. Inauguramos 26 novas escolas técnicas em
todo o Estado. Construímos um novo campus da USP na zona leste, um
outro em São Carlos, oito novos
campi da Unesp e já está em licitação
o projeto do novo campus da Unicamp, em Limeira.
Eu, que lecionei em cursinho para
pagar os meus estudos, sei muito
bem o valor que a educação tem na
vida das pessoas. E, por isso, não faço
propaganda enganosa, muito menos
demagogia, com um assunto tão sério e essencial para o desenvolvimento do Brasil."
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