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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Para senadora Heloísa Helena, sigla é de "colloridos" no Estado
Aliança com PL faz petista desistir de disputa em AL
RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Lançada candidata a governadora de Alagoas pelo PT em convenção estadual no último dia 23, a senadora Heloísa Helena decidiu abandonar a disputa com o argumento de que rejeita a aliança estadual com o PL, que está sendo exigida pelo diretório nacional do seu partido.
""O problema em Alagoas não é de aliança. É do limite ético que nós temos obrigação de manter na eleição. O PL em Alagoas é formado por "colloridos" [aliados do ex-presidente Fernando Collor de Mello", moleques de usineiros e indiciados na CPI do Narcotráfico. É demais uma coisa dessa."
Em discurso no Senado, ela anunciou que renunciará à candidatura se a direção nacional do PT não liberar Alagoas da obrigatoriedade de reproduzir no Estado a aliança feita com o PL na eleição nacional, em torno da candidatura à Presidência do petista Luiz Inácio Lula da Silva.
""Talvez a minha candidatura não seja significativa para o PT", disse, demonstrando mágoa com a decisão do diretório nacional.
Em convenção estadual, o PT alagoano aprovou coligação apenas com o PC do B, e a ata com esse resultado foi protocolada na segunda passada. Mas o diretório nacional decidiu no sábado exigir a inclusão do PL nessa coligação.
Depois de a ata ser protocolada há um prazo de dois dias para qualquer alteração. Com a eventual renúncia de Heloísa Helena, é dada como certa entre os petistas sua substituição pelo vereador de Maceió Judson Cabral (PT), por enquanto candidato ao Senado.
A direção nacional do PT diz que a aliança em Alagoas é uma exigência do PL nacional, assim como em Santa Catarina e Rio Grande do Norte. Heloísa rebate dizendo que nem o pragmatismo eleitoral justifica a necessidade da coligação em Alagoas, já que o Estado tem apenas 1,5% do colégio eleitoral do país. E lembra que a aliança PT-PL não existe nos grandes colégios eleitorais, como São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Distrito Federal.
Acre
A posição de Heloísa Helena é rebatida pelo senador Tião Viana (PT-AC), que, no seu Estado, está coligado ao PL de adversários históricos, como Cosmoty Paschoal e Aureliano Paschoa, respectivamente irmão e primo do ex-deputado Hidelbrando Pachoal, preso por acusação de envolvimento com o crime organizado.
"Isso faz parte do amadurecimento do PT em sua maioria. Hoje temos necessidade inadiável de nova coalizão política, para garantir a governabilidade. O que adianta ganharmos com o Lula e ele sofrer impeachment daqui a alguns meses por falta de apoio no Congresso?", argumentou Viana.
No caso do Acre, segundo ele, PT e PL estarão coligados, mas os adversários não subirão no mesmo palanque. "Eles usarão nosso tempo de TV, mas pedirão voto para o candidato deles ao governo, Flaviano Melo [PMDB], e nós, para o governador Jorge Viana."
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