São Paulo, quarta-feira, 03 de julho de 2002

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PT-MG cede e aceita aliança com PL

DA AGÊNCIA FOLHA

Os petistas de Minas Gerais cederam, mesmo contrariados, à determinação do diretório nacional do PT e vão fazer coligação com o PL para a eleição dos deputados estaduais. Mas ameaçam os liberais com retaliação, que viria com a apresentação de um número reduzido de candidatos a deputados estaduais, de forma que os liberais não se beneficiariam tanto dos votos de legenda do PT.
PL e PT estavam reunidos ontem à noite para tentar resolver o impasse, mas prevalecia a disposição dos petistas em retaliar.
Seriam apresentados apenas 27 nomes, os dos que, teoricamente, seriam mais bem votados. Os petistas que têm poucas chances de serem eleitos, mas que, quando somados os seus votos, dariam peso à votação de legenda, ficariam de fora. Nesse caso, alega o PT, os seus principais nomes seriam eleitos do mesmo jeito.
Se a chapa fosse puro-sangue, seriam mais de cem candidatos próprios, cujos votos dariam maior peso no coeficiente eleitoral. Isso beneficiaria também os mais bem votados entre os de reduzidos votos. Coligados com o PL, esses votos só ajudariam a eleger os liberais.
Teria sido assim em 1998, quando o PT elegeu apenas cinco deputados estaduais. Alegam os petistas que, se tivessem uma chapa puro-sangue, elegeriam mais. Naquele ano, eles estavam coligados com o PSB, que tem menos votos de legenda do que o PT e, mesmo assim, elegeu o mesmo número de deputados.
O secretário-geral do PT-MG, Paulo César Funghi, que estava em reunião com o PL, disse que a coligação para deputado estadual só passou a ser exigida pelos liberais nos últimos dias.

"Clientelista"
No Rio Grande do Norte, o diretório do PT também sucumbiu à pressão da Executiva Nacional do partido e foi obrigado a voltar atrás na sua decisão de não coligar-se com o PL, que no Estado é dirigido por um ex-collorido. João Maia, que foi secretário Nacional da Economia no governo Fernando Collor, é presidente do diretório potiguar dos liberais.
Na atual campanha, ele chegou a aceitar convite para ser o primeiro suplente do senador José Agripino Maia (PFL), primo seu, que busca a reeleição. Mas voltou atrás após a aliança com o PT.
Para a deputada estadual Fátima Bezerra, o PL é um partido de "perfil fisiológico, clientelista e conservador". "O PL é aqui uma costela do PFL", definiu.
A Agência Folha tentou falar com João Maia, mas não obteve retorno aos recados deixados em seu escritório no Rio. No diretório do partido em Natal a informação era que ninguém poderia dar declarações em nome da legenda.



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