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PT-MG cede e aceita aliança com PL
DA AGÊNCIA FOLHA
Os petistas de Minas Gerais cederam, mesmo contrariados, à
determinação do diretório nacional do PT e vão fazer coligação
com o PL para a eleição dos deputados estaduais. Mas ameaçam os
liberais com retaliação, que viria
com a apresentação de um número reduzido de candidatos a deputados estaduais, de forma que os
liberais não se beneficiariam tanto dos votos de legenda do PT.
PL e PT estavam reunidos ontem à noite para tentar resolver o
impasse, mas prevalecia a disposição dos petistas em retaliar.
Seriam apresentados apenas 27
nomes, os dos que, teoricamente,
seriam mais bem votados. Os petistas que têm poucas chances de
serem eleitos, mas que, quando
somados os seus votos, dariam
peso à votação de legenda, ficariam de fora. Nesse caso, alega o
PT, os seus principais nomes seriam eleitos do mesmo jeito.
Se a chapa fosse puro-sangue,
seriam mais de cem candidatos
próprios, cujos votos dariam
maior peso no coeficiente eleitoral. Isso beneficiaria também os
mais bem votados entre os de reduzidos votos. Coligados com o
PL, esses votos só ajudariam a eleger os liberais.
Teria sido assim em 1998, quando o PT elegeu apenas cinco deputados estaduais. Alegam os petistas que, se tivessem uma chapa
puro-sangue, elegeriam mais. Naquele ano, eles estavam coligados
com o PSB, que tem menos votos
de legenda do que o PT e, mesmo
assim, elegeu o mesmo número
de deputados.
O secretário-geral do PT-MG,
Paulo César Funghi, que estava
em reunião com o PL, disse que a
coligação para deputado estadual
só passou a ser exigida pelos liberais nos últimos dias.
"Clientelista"
No Rio Grande do Norte, o diretório do PT também sucumbiu à
pressão da Executiva Nacional do
partido e foi obrigado a voltar
atrás na sua decisão de não coligar-se com o PL, que no Estado é
dirigido por um ex-collorido.
João Maia, que foi secretário Nacional da Economia no governo
Fernando Collor, é presidente do
diretório potiguar dos liberais.
Na atual campanha, ele chegou
a aceitar convite para ser o primeiro suplente do senador José
Agripino Maia (PFL), primo seu,
que busca a reeleição. Mas voltou
atrás após a aliança com o PT.
Para a deputada estadual Fátima Bezerra, o PL é um partido de
"perfil fisiológico, clientelista e
conservador". "O PL é aqui uma
costela do PFL", definiu.
A Agência Folha tentou falar
com João Maia, mas não obteve
retorno aos recados deixados em
seu escritório no Rio. No diretório
do partido em Natal a informação
era que ninguém poderia dar declarações em nome da legenda.
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