EVANDRO SPINELLI
DA FOLHA RIBEIRÃO

O cortejo do enterro do líder espírita Francisco Cândido Xavier, o Chico Xavier, na cidade de Uberaba (MG) foi acompanhado ontem por 20 mil pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar.
O trajeto do cortejo tinha cerca de cinco quilômetros de extensão. A caminhada durou uma hora e 40 minutos. O enterro, previsto para as 17h, acabou sendo realizado às 19h15. Nos dois dias de velório, cerca de 120 mil pessoas prestaram as últimas homenagens ao médium, na Casa da Prece.
Por volta das 19h, o corpo de Chico Xavier chegou ao cemitério São João Batista. Quinze minutos depois, o caixão foi sepultado em um túmulo simples, sob gritos de "Chico, eu te amo" e "Ei, ei, ei, Chico é o nosso rei", acompanhados por toques de clarim.
Durante todo o percurso em Uberaba, o cortejo foi acompanhado por três músicas que eram veiculadas por um carro de som: "Canção da América", de Milton Nascimento, cantada por Daniel; "Nossa Senhora", de Roberto Carlos; e "Para Não Dizer que Não Falei das Flores", de Geraldo Vandré, cantada por Simone.
Um helicóptero da Polícia Militar acompanhou todo o trajeto soltando pétalas de rosas.
A cerimônia no cemitério contou com honras militares. Entre as atividades, a banda da Polícia Militar tocou a marcha fúnebre. Houve ainda toques de clarim e foram disparados três tiros de canhão. Durante o traslado do caixão no interior do cemitério, a banda tocou "Ave Maria", que era uma das músicas preferidas do mais famoso médium brasileiro.
Todos os desejos que Chico Xavier transmitiu em vida foram realizados. Entre eles, que o velório fosse simples, na Casa da Prece, mas longo (com a duração de pelo menos dois dias), para que a população pudesse acompanhar.
As flores distribuídas durante o velório foram jogadas para a população por um caminhão que acompanhava o carro aberto do Corpo de Bombeiros, que transportava o caixão. As pessoas que acompanhavam o cortejo pelas ruas de Uberaba aplaudiram e choraram durante todo o tempo.

Deputados
O presidente da Câmara dos Deputados, Aécio Neves (PSDB-MG), chegou por volta das 16h e já se dirigiu ao cemitério, onde acompanhou o enterro.
Entre as personalidades que compareceram ontem ao funeral estavam o presidente do Cruzeiro, o deputado federal Zezé Perrela (PFL-MG). Ele referiu-se a Chico Xavier como o "papa" do espiritismo. "Isso não existe no espiritismo, mas é como se fosse um papa. Se ele fosse católico, seria seguramente um santo", declarou o deputado pefelista.


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