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Maluf pede punição a Covas
da Reportagem Local
O ex-prefeito Paulo Maluf
(PPB) se defendeu ontem da decisão do Tribunal de Justiça (TJ)
do Estado que suspende por três
anos seus direitos políticos atacando o governador Mário Covas (PSDB).
""Todo o mês, o governador
manda um folheto impresso em
papel cuchê, de 20 páginas, em
quatro cores, que custa uma fortuna. Distribui 1 milhão de
exemplares, isso de maneira absolutamente ilegal e inconstitucional. Por que eu, que mandei
uma carta, sou condenado, e o
Covas, que há 50 meses manda 1
milhão de livros, impressos pela
Imprensa Oficial do Estado,
com dinheiro público, não sofre
nenhuma sanção? Eu nunca vi o
Ministério Público tomar nenhuma providência."
O pepebista foi condenado por
enviar cartas a cerca de 1 milhão
de paulistanos, quando foi prefeito da cidade, informando sobre um projeto de lei enviado à
Câmara Municipal que previa a
isenção do pagamento de IPTU
(Imposto Predial e Territorial
Urbano) para a população de
baixa renda.
Além da suspensão dos direitos políticos, o TJ também condenou Maluf a devolver aos cofres públicos um valor ainda não
estipulado. Na avaliação do tribunal, o ex-prefeito agiu em
proveito próprio.
Ricardo Tosto de Oliveira Carvalho, advogado do pepebista,
vai recorrer das duas sentenças a
partir do momento em que forem publicadas no ""Diário Oficial" do Poder Judiciário -o
que só deve ocorrer em agosto
devido ao recesso de julho.
A 2ª Câmara de Direito Público do tribunal decidiu cassar os
direitos políticos de Maluf por 2
votos a 1. Como a decisão não foi
unânime, o ex-prefeito ainda
pode recorrer no TJ.
""Ou é uma confusão premeditada dos jornais ou então é vontade de desinformar a população. É uma decisão provisória.
Espero que o tribunal a reforme
porque não foi cometida ilegalidade", disse o pepebista.
Segundo ele, a comunicação a
respeito da isenção não poderia
ter sido feita pelo ""Diário Oficial" do município porque os
moradores de bairros da periferia não têm acesso ao jornal.
""Você acha que um habitante
de Itaquera, São Mateus ou Capão Redondo lê o "Diário Oficial'? Você só lê quando lhe interessa. É uma colocação boba."
O ex-prefeito afirmou ainda
que cumpriu sua ""obrigação
funcional" ao enviar as cartas e
aproveitou para atacar também
o governo federal.
""Fazem publicações de revistas que custam milhões e não
são processados, distribuem bilhões de dólares em donativos
para banqueiros e não há um
processo competente. Mandar
carta para o contribuinte, para
mim, não é irregularidade."
A assessoria de imprensa do
governo do Estado afirmou que
a publicação mencionada pelo
ex-prefeito ""não anuncia benefícios, não tem como objetivo a
promoção pessoal do governador e não faz promessas". ""Tem
caráter publicitário e de prestação de contas e não existe nada
na lei que impeça isso", declarou a assessora Mary Zaidan.
Segundo o governo, sua revista é publicada anualmente, desde 96, por meio de um contrato
firmado entre a Secretaria de
Governo e a Imprensa Oficial e
pago com verba de publicidade.
Para a edição referente a 98, foram impressos 1,2 milhão de
exemplares, ao custo de R$ 650
mil para a impressão e R$ 750
mil para o envio por correio.
Maluf também criticou artigo
publicado ontem na Folha em
que o advogado Walter Ceneviva diz que o pepebista nunca esteve ""tão perto de uma condenação grave".
""É um artigo faccioso e parcial. Ele perdeu, para mim, a respeitabilidade."
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