São Paulo, domingo, 3 de agosto de 1997.



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QUESTÃO AGRÁRIA

Manifestação de ruralistas quer reunir 2.000 no MS

RUBENS VALENTE
da Agência Folha, em Campo Grande


Produtores rurais pretendem reunir amanhã 2.000 pessoas em uma carreata pelas principais ruas de Campo Grande (MS) em protesto contra saques, invasões de fazendas e de terrenos urbanos no país.
Pelo menos dois frigoríficos, incluindo o maior exportador do Estado, com abate diário de mil cabeças de gado, devem parar suas atividades por um dia em solidariedade ao protesto.
Os produtores serão recebidos pelo ministro da Justiça, Iris Rezende, que estará em Campo Grande para a cerimônia de posse do novo superintendente da Polícia Federal e pelo governador Wilson Barbosa Martins (PMDB).
Trata-se da primeira manifestação organizada pelo Movimento Nacional de Produtores, criado em abril, e que tem apoio das quatro principais entidades representativas dos produtores: CNA (Confederação Nacional de Agricultura), Sociedade Rural Brasileira, Organização das Cooperativas Brasileiras e Associação Brasileira dos Criadores de Zebu.
A carreata "Pela lei, ordem e paz no campo e na cidade" terá participação de mil peões de fazenda e produtores que participarão do ato montados em seus cavalos.
Cavalos
A organização do protesto prevê a presença de camionetes, caminhões boiadeiros, tratores e até um helicóptero que será colocado à disposição da imprensa para a tomada de imagens aéreas.
O coordenador regional do Movimento Nacional de Produtores, Renato Merem, 45, disse que os produtores vão cobrar do ministro Iris Rezende "que a Constituição seja cumprida".
Merem disse que os governos estadual e federal vêm conduzindo bem a questão de invasões de terra no Mato Grosso do Sul.
"Ainda não tivemos nenhum derramamento de sangue e todas as ordens de despejo foram cumpridas", disse Merem. Segundo ele, o protesto é "para pedir paz para o campo produzir".
Um dos coordenadores estaduais, Lúcio Kuhnen Meurer, 30, disse que a carreata "é uma tentativa dos latifundiários de reverter a aceitação da população ao MST".



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