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MÍDIA
Durante oito semanas, estudantes e recém-formados acompanharam repórteres e produziram caderno especial
Folha encerra 25º Programa de Trainees
da Reportagem Local
A Folha concluiu sexta-feira seu
25º Programa de Trainees, com a
participação de dez jovens -estudantes ou graduados-, escolhidos entre 480 inscritos.
O primeiro programa foi um seminário feito em 1985. Na época,
30 estudantes de jornalismo, indicados pelas faculdades, participaram de duas semanas de palestras
com profissionais da Folha.
Em 1988, a Folha passou a realizar o programa com um novo formato, com três semanas de duração e incluindo jornalistas indicados pela Direção de Redação. De lá
para cá, muita coisa mudou.
Na edição recém-encerrada, as
modificações começam pelo aumento no número de inscritos.
Enquanto na 24ª edição, em setembro de 96, 180 pessoas se interessaram, na 25ª o número pulou
para 480.
"Quisemos melhorar a divulgação para ampliar a base e escolher
os que melhor se encaixam no perfil de profissional que a Folha procura", afirmou Marcelo Leite,
coordenador do programa. Segundo Leite, o objetivo do curso é
"encontrar talentos".
A primeira etapa de seleção foi
feita com base no currículo dos
candidatos. O grupo de 480 interessados foi reduzido para 102. Estes foram submetidos a um teste de
conhecimento geral, que permitiu
a escolha de 42 jovens para participar das palestras iniciais.
O programa do treinamento foi
totalmente remodelado e a duração aumentou de cinco para oito
semanas. A primeira semana foi
dedicada a um ciclo de palestras
com especialistas e jornalistas experientes.
Entre os palestrantes estiveram o
professor norte-americano Glenn
McGee, do centro de bioética da
Universidade da Pensilvânia, que
falou sobre "O Caso Dolly: A Imprensa e seus Clones", e o jornalista Elio Gaspari, colunista da Folha,
que apresentou o tema "Como se
Constrói uma Reportagem".
Essa primeira semana serviu para uma última filtragem dos participantes. Dos 42 jovens que assistiram às palestras e participaram de
dinâmicas de grupo, foram escolhidos dez trainees.
A partir daí, o grupo estava
pronto para iniciar o treinamento
propriamente dito. Foram mais
sete semanas de atividades, que
consumiram de oito até 15 horas
por dia. Em média, os trainees dedicaram nove horas diárias ao programa.
Além das tradicionais saídas que
os trainees fazem com repórteres
do jornal, nesta edição do programa eles fizeram um laboratório de
texto orientado pelo colunista e
membro do Conselho Editorial da
Folha Marcelo Coelho.
Também foi realizado um
workshop de investigação jornalística por computador, técnica
conhecida nos Estados Unidos como CAR (Computer-Aided Reporting), que foi apontado por vários participantes como o ponto
alto do treinamento.
Os orientadores foram os jornalistas Lise Olsen (norte-americano) e Pedro Enrique Armendares
(mexicano). Os dois fundaram na
Cidade do México uma filial da organização norte-americana Investigative Reporters and Editors
(IRE).
Do ponto de vista prático, os
trainees entrevistados foram unânimes em afirmar que o caderno
especial sobre transportes na cidade de São Paulo foi a melhor atividade. Esta é também uma inovação em relação a programas anteriores.
O caderno, cuja manchete afirma que "São Paulo pode e vai parar", foi o projeto de investigação
jornalística, com produção coordenada pelo jornalista Fernando
Rodrigues, repórter especial da sucursal de Brasília.
O caderno tem seis páginas, das
quais três coloridas, ilustradas
com fotos e gráficos. As reportagens exploram vários aspectos do
transporte na capital paulistana. A
redação e finalização do caderno
foi orientada por Marcelo Leite.
Para Leite, que pela primeira vez
coordenou o programa, a experiência foi "gratificante". Depois
de dois anos como ombudsman do
jornal, Leite disse que o programa
de treinamento permitiu-lhe fazer
alguma coisa concreta para corrigir aquilo que viu de errado naquele período.
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