São Paulo, terça-feira, 03 de outubro de 2000

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CNBB afirma que se "confundiu" sobre acordo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O secretário-nacional da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), dom Raymundo Damasceno, disse ontem que se confundiu ao anunciar, ao final da reunião de domingo, que o governo havia concordado em liberar R$ 2.000 de crédito para 110 mil famílias com juros anuais de 2% e rebate (desconto) de 40% do total da dívida na hora do pagamento.
"Eu me confundi naquele tumulto da saída. Foram apresentados muitos números e depois de duas horas de reunião eu me confundi", afirmou ontem à tarde.
Na noite de domingo, dom Raymundo se reuniu durante duas horas no Palácio da Alvorada com o presidente Fernando Henrique Cardoso, o vice-presidente Marco Maciel e o ministro Raul Jungmann (Desenvolvimento Agrário). Ao final do encontro, falou com os jornalistas que estavam de plantão na porta do Alvorada.
Pela manhã, Jungmann convocou uma coletiva para esclarecer a proposta apresentada pelo governo durante a reunião: bônus de R$ 40 para o assentado que pegar um empréstimo de R$ 2.000 nas condições da linha C do Pronaf, que tem juros de 4% ao ano e rebate fixo de R$ 200.
O secretário-nacional da CNBB disse que não houve avanço na proposta em relação ao crédito para as 110 mil famílias assentadas. Na próxima segunda-feira, a CNBB, a OAB e o Conic vão se reunir para avaliar a proposta.
Dom Raymundo disse que houve "um pequeno avanço" em relação à data limite, fixada no dia 20 de outubro, para a liberação de crédito para os assentados que aceitarem o empréstimos nas condições da linha C do Pronaf.
Gilberto Portes, um dos líderes do MST, disse que a fixação da data não significa avanço. "Queremos garantias para conseguir o empréstimo", afirmou. Ele disse que a proposta do bônus de adimplência chegou a ser levantada na reunião da última terça-feira na CNBB mas não foi detalhada.

FRASE

Me confundi naquele tumulto da saída. Foram apresentados muitos números e depois de duas horas de reunião eu me confundi
DOM RAYMUNDO DAMASCENO
secretário-nacional da CNBB
explicando por que disse que o governo havia concordado em liberar R$ 2.000 de crédito para 110 mil famílias com juros anuais de 2% e rebate (desconto) de 40% do total da dívida na hora do pagamento



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