DA REPORTAGEM LOCAL

Os líderes nacionais do PT convocaram ontem uma entrevista coletiva em São Paulo para anunciar que as bases do partido quase dobraram em relação à eleição de 1996 e federalizar o significado desse resultado, classificando-o como uma "rejeição nacional ao governo Fernando Henrique".
Pelos cálculos petistas, o partido já tem 175 prefeitos eleitos e 16 candidatos no segundo turno. Na eleição anterior, foram 110.
Os candidatos do PT somaram 5,122 milhões de votos nas 21 capitais com segundo turno -contra 3,820 milhões há quatro anos. É 40% a mais do que os 3,670 milhões do PFL, e mais do que o dobro do que o PSDB.
"Evidentemente isso tem relação com a política nacional. É o reflexo de um movimento nacional contra a corrupção, a impunidade e a política do governo Fernando Henrique", disse o deputado federal José Dirceu, presidente da legenda, para quem o "PSDB foi o grande derrotado".
O PT avalia que o bom desempenho do partido é um recado para 2002. "Houve um voto da cidadania no PT que confirma nossos programas. E o eleitor pode repetir esse voto em 2002", avaliou.
Na lista das maiores conquistas petistas aparecem Curitiba e Recife, cidades nas quais o PFL tinha chances de liquidar a disputa já no primeiro turno. Além desses dois municípios, o PT contabiliza como "importantíssimo" o desempenho do partido em Aracaju -onde o PT conseguiu a primeira capital do Nordeste desde 85.
A euforia é tanta nas fileiras petistas que nem o segundo turno em Porto Alegre -cidade na qual a legenda é governo há 12 anos- ou as derrotas em Salvador, Rio Branco e Rio de Janeiro são resultados tidos como desfavoráveis.
"Nunca dissemos que venceríamos no primeiro turno em Porto Alegre. Na Bahia e no Acre, apesar do uso da máquina e da repressão, conseguimos grandes cidades. No Rio tivemos uma votação que supera nosso índice histórico, apesar da esquerda dividida e do PT rachado", disse o deputado Aloizio Mercadante, que anunciou uma caravana petista a cidades que terão segundo turno.


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