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Petistas querem apoio
de Tuma no 2º turno
DA REPORTAGEM LOCAL
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Os petistas têm esperança de receber o apoio do PFL ou pelo menos de seu candidato, Romeu Tuma, à candidatura de Marta Suplicy (PT) no segundo turno das
eleições de São Paulo.
"Vi declarações nas quais o Tuma não descarta o apoio. E o segundo turno não existiria se fossem valer as posição partidárias, a
coisa de governo e oposição. Portanto, dentro de padrões éticos e
programáticos, você aceita apoio
de todas as forças políticas, porque o voto é de exclusão, é antimalufista", disse o presidente do
partido, José Dirceu, para quem
os apoios devem ser definidos na
próximas 48 horas.
Ao admitir sua derrota, o senador Tuma telefonou para a casa
de Marta, para cumprimentá-la
pela votação. O senador Eduardo
Suplicy (PT) atendeu o telefone e
foi convidado para uma conversa
sobre o segundo turno.
Os dois participam hoje de manhã de reunião da Comissão de
Assuntos Econômicos do Senado.
Segundo Marta, Tuma teria dito
que quer "um governo ético e
transparente em São Paulo". A assessoria de imprensa de Tuma
não confirma o teor da conversa.
Mas Marta considera a frase como expressão de apoio.
"Duvido que essa frase sirva para Paulo Maluf. Essa frase tem endereço certo: é para mim e para o
PT", afirmou a petista.
"Tuma fez toda a campanha se
diferenciando de Maluf. O eleitorado que optou por Tuma, mesmo o conservador, fez uma opção
antimalufista e temos chance de
disputar esse eleitorado", disse o
deputado Aloizio Mercadante.
A assessoria de Tuma informou
que o senador só falará sobre
alianças no segundo turno depois
que houver uma decisão do PFL.
De acordo com o presidente da
Executiva Regional do PFL, Cláudio Lembo, o partido vai se reunir
na quinta-feira, em São Paulo, para decidir o que fazer.
O PT quer o apoio -e os votos
do PFL-, mas subir no palanque
com membros do partido adversário, discutir programa e aceitá-los como parceiros de governo
são hipóteses descartadas pelos
petistas.
"Uma coisa é declarar voto. Outra é coligação, aliança", diferenciou o deputado federal José Genoíno.
"Acho difícil imaginar algumas
figuras do PFL em um palanque
de uma frente ética. Mesmo porque o Hildebrando (Pascoal, deputado federal cassado) está preso", disse Mercadante.
"O PFL não vai participar do governo. Vocês sabem que um
apoio programático não vai acontecer. Eles não querem nem nós
queremos. Mas se no segundo
turno você não pode receber o
apoio de alguém que não vai participar do governo, vamos acabar
com o segundo turno", completou Dirceu.
Para Luiz Inácio Lula da Silva,
"apoio não se recusa". "Confesso
a vocês que no segundo turno até
se o Maluf quisesse votar na Marta eu não recusaria", disse ele.
Romeu Tuma conversa hoje
com o presidente nacional do
PFL, Jorge Bornhausen, e com o
presidente do Senado, Antonio
Carlos Magalhães, sobre as possibilidades de apoio do partido no
segundo turno.
A Folha apurou que o PFL deve
ficar neutro. Existe um grupo de
pefelistas que defende o apoio a
Maluf. A idéia de apoiar Marta
não tem repercussão no PFL, que
esteve com Paulo Maluf em 1992 e
com Celso Pitta em 1996.
Tuma vai lançar uma campanha publicitária, com outdoors,
para "agradecer o carinho e o respeito demonstrados pela população" de São Paulo na eleição.
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