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DEFESA
Negócio foi paralisado por causa do combate à fome
Governo retoma licitação suspensa para compra de 12 aviões militares
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A FAB (Força Aérea Brasileira)
vai receber até o dia 10 as propostas revisadas pelos cinco consórcios que disputam uma concorrência para a compra de 12 caças
de interceptação supersônica.
Eles vão substituir a atual frota de
Mirage IIIEBR, que, obsoleta, não
terá condições de voar após 2005.
O negócio, avaliado em US$ 700
milhões, havia sido paralisado no
começo do ano sob a alegação de
que o combate à fome era prioritário para o governo. O argumento provou-se sem sentido, uma
vez que a compra não envolve desembolso direto, mas financiamentos de longo prazo.
O Comando da Aeronáutica
convocou ontem as cinco empresas concorrentes para uma reunião de 20 minutos. Elas ficaram
de reapresentar as propostas, podendo oferecer novas vantagens.
O ministro José Viegas (Defesa)
disse que a decisão final está prevista para o próximo semestre.
Os concorrentes são os consórcios Dassault-Embraer (franco-brasileiro, com o jato Mirage
2000BR), Rosoboronexport-Avibrás (russo-brasileiro, com o Sukhoi-35), Saab-BAe (anglo-sueco,
com o Gripen), Lockheed-VEM
(americano-brasileiro, com o F-16) e RAC (russo, com o MiG-29).
Critérios
Na seleção anterior, que havia
começado em 2001, os favoritos
por critérios técnicos eram o Sukhoi e o Mirage.
O Gripen foi bem cotado pelo
pacote de compensações, mas militares levantaram dúvidas sobre
sua capacidade técnica -tem limitações de autonomia e dependência de material americano.
O mesmo motivo, medo de vetos tecnológicos norte-americanos, tirou o F-16 da lista dos favoritos. O MiG está praticamente
descartado por ser muito antigo e
não ter um suporte técnico considerado confiável.
Do ponto de vista político, há a
nova orientação independentista
da política externa, que dá pontos
ao moderno russo Sukhoi.
Durante a campanha eleitoral, a
Embraer se aproximou muito de
Lula, e vários petistas defenderam
abertamente o avião francês.
Isso porque a Dassault, que,
além de parceira, é dona de parte
da Embraer, promete montar o
avião no Brasil. O argumento não
convence especialistas, simplesmente porque ninguém faz uma
fábrica para montar só 12 aviões.
Uma palavra mágica do negócio
é transferência tecnológica, ou seja, a capacitação da FAB para operar totalmente os sistemas de armas dos aviões.
Outra chave é a compensação
comercial ("offset"), mecanismo
pelo qual os valores a serem pagos
pelo país na compra das aeronaves são reinvestidos pela empresa
na transferência de tecnologia e
em projetos no Brasil.
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