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NA RABEIRA
Vale do Aço melhora, mas segue a pior das 33
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PERIQUITO
O entorno da região metropolitana do Vale do Aço (MG), chamada de Colar Metropolitano, continua tendo, desde 1991, o pior
IDH-M entre as 33 regiões metropolitanas analisadas, em que pese
ser a região que teve na década
passada o maior crescimento relativo entre as demais comparadas: 14,3% -o índice saltou de
0,601 para 0,687.
Nesse colar, composto por 22
cidades, excluídos municípios
como Ipatinga e Timóteo, com
IDH-M alto, as pessoas que vivem no entorno daquela região
industrializada pouco usufruem,
por exemplo, da possibilidade de
ter uma renda melhor. A maioria
se vira com os empregos locais.
O alto crescimento relativo da
região é explicado pelos técnicos
pelo fato de os municípios terem
tido, em 1991, um índice muito
baixo. A base de comparação
mais baixa facilita um crescimento relativo grande, mas insuficiente para alcançar as demais regiões comparadas.
É mais fácil, por exemplo, aumentar a expectativa de vida de
63,1 anos para 67,3 anos, caso do
colar, do que de 67,8 anos para
72,6 anos, como no caso dos quatro municípios do núcleo metropolitano do Vale do Aço (Coronel
Fabriciano, Ipatinga, Santana do
Paraíso e Timóteo).
Grande parte dos anos de vida
ganhos pelos municípios periféricos deve-se à diminuição da taxa
de mortalidade infantil de 45,5
mortes para cada mil nascidos vivos para 37,7/mil.
Prevalece nessa periferia regional a vida simples. Em alguns dos
22 municípios o IDH-M é igual
ao de algumas cidades do Vale do
Jequitinhonha, a área mais pobre
de Minas Gerais. É o caso de Periquito, com IDH-M de 0,647, expectativa de vida de 66,21 anos e
renda per capita de R$ 99,61.
O município age no saneamento. No distrito de São Sebastião
do Baixio, por exemplo, onde vivem cerca de 1.500 dos 7.500 periquitenses, foram instaladas rede
água e esgoto há um ano, mas as
famílias de lá não dispõem de
renda para as instalações.
Dessa forma, boa parte dos barracos, pequenos e precários, com
três ou quatro cômodos apenas,
onde se amontoam até oito pessoas, não dispõem de banheiro
ou um vaso sanitário decente.
Prevalecem ali as fossas, quase
sempre instaladas muito próximas de cisternas, de onde as pessoas retiram a água que usam. Os
que não têm fossa usam o mato.
Eva Pereira Rodrigues dos Santos, 30, têm uma fossa do lado de
fora do seu barraco, mas não usa
e não deixa os seis filhos usarem.
Tem medo que eles caiam dentro
dela, como ocorreu com ela na
adolescência.
Maria das Dores Silva, 40, secretária de Saúde de Periquito,
disse que os casos de verminose
são muitos. O município não tem
recursos para um programa de
banheiros domiciliares.
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