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Em educação, a capital paulista fica no fim da fila
DA REPORTAGEM LOCAL
São Paulo está no fim da fila em
qualidade na educação no grupo
das cidades com mais de 1 milhão
de habitantes por causa da baixa
frequência à escola. Entre as 13 cidades que compõe esse grupo, a
capital paulista só está à frente de
Guarulhos e de Manaus.
Não houve recuo na frequência
escolar. O problema é que o crescimento foi inferior ao das outras
cidades. O aumento da pobreza e
problemas de gestão nas escolas
são apontados como os responsáveis pelo baixo crescimento.
O baixo crescimento na frequência está ligado ao aumento
da miséria, na opinião de Maria
Aparecida Perez, 47, secretária de
Educação da prefeitura paulistana. "O desemprego desestrutura a
família, e a criança deixa de ir para
a escola e vai para a rua ou para a
droga atrás de dinheiro", afirma.
Para tornar mais tênue esse
quadro, segundo ela, a prefeitura
decidiu distribuir uniforme, material escolar, 1,3 milhão de merendas por dia, 200 mil bolsas do
programa de renda mínima e
transporte para 104 mil crianças.
Tanto ela como o ex-ministro
da Educação Paulo Renato Souza
concordam que é preciso tornar a
escola atratativa. A receita que defendem, porém, é divergente.
"A escola tem de virar um centro comunitário para atrair sobretudo os homens, que trocam o ensino pelo trabalho ou pelo crime.
Para isso, ela tem de ter quadra de
esportes e teatro e abrir aos fins de
semana", diz Paulo Renato, 58.
Parece a descrição do CEU
(Centro Educacional Unificado),
criado pela prefeita Marta Suplicy
(PT), mas ele rejeita a comparação: "O CEU é um desatre. É elitista e eleitoreiro porque jamais
atenderá toda a periferia."
Devem ser abertos 21 CEUs até
janeiro. A capacidade de cada um
é de 2.400 alunos -todos atenderiam 50.400. As escolas municipais têm cerca de 900 mil estudantes e as do Estado, 1,36 milhão.
A forma de tornar a escola atrativa, segundo o ex-ministro, é
transformar o diretor em "líder
comunitário", como faz o projeto
"Escola da Família", do Estado.
Para Perez, Paulo Renato critica
o CEU por ignorar o projeto: "Ele
não é elitista porque não é um
equipamento isolado. Trabalha
em rede com as escolas da região e
com as subprefeituras."
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