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AULA DE ECONOMIA
Sem renda, Entre Folhas surpreende com escolas
DA AGÊNCIA FOLHA, EM ENTRE FOLHAS
Em 11 anos, Entre Folhas deixou de ser apenas um distrito de
Caratinga, emancipou-se, apostou na educação, na longevidade e na diversificação da agricultura e desponta como o município que mais cresceu entre os 22
que compõem o Colar Metropolitano do Vale do Aço (MG).
Além de arroz, feijão e milho, a
cidade, que eletrificou toda a
área rural em 98, passou a produzir e exportar hortifrutigranjeiros para localidades vizinhas e
para a capital Belo Horizonte.
E essa arremetida no campo
foi um dos fatores que alavancaram a qualidade de vida de Entre Folhas, que pulou do 11º para
o 4º lugar no IDHM da região.
"Foi inevitável a melhoria da alimentação para a população. Isso refletiu na saúde, que ganhou
com programas de saneamento,
rede de esgoto e fossas nas áreas
dos córregos" disse Adilson Maria, 51, diretor de Saúde.
Entre Folhas destaca ainda o
fato de há 15 anos abrigar uma
escola que conta com ensinos
fundamental e médio, dispõe de
salas de informática e reúne cerca de mil alunos. Há outras sete
pequenas escolas na zona rural.
Mas a cidade peca na renda, o
que gera até crítica à educação,
como a de Geraldo Garcia de
Matos, 51, que ganha R$ 45 do
Bolsa-Escola e tira de cinco hectares de terra o sustento da mulher, dos nove filhos e do neto.
"Naquela época [anos 90], havia
mais gente para trabalhar na roça. Agora, com estudo, é difícil
achar alguém para ganhar R$ 12
[por dia]. A pessoa quer mais."
O pior é que Entre Folhas não
vê perspectivas de melhoria, já
que nem tem água suficiente para abrigar pequenas indústrias.
E, enquanto isso, assiste a ações
como a de Paulo Gomes, 42, que
planta e faz bico de taxista -a
cidade tem três.
(PAULO PEIXOTO)
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