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São Félix aposta tudo na educação
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
Nem emprego nem segurança.
A principal bandeira da Prefeitura
de São Félix do Tocantins (270 km
de Palmas) é a educação.
Desde 1997, a construção de escolas dita a administração local
-hoje são nove na zona rural e
uma na cidade. "Quase perdi a
reeleição por falta de obras de infra-estrutura, mas preferi investir
em educação, saúde e habitação",
diz o prefeito Isamar Ribeiro, 40.
Segundo ele, de 1992, quando o
município de 1.350 habitantes foi
criado, o índice de alfabetizados
saltou de 18% para 78%, graças
também à contratação de professores mais qualificados, com pelo
menos o curso de magistério.
Tal feito mudou a visão da cidade, que há 15 anos -ainda distrito e a 150 km de Novo Acordo
(TO)- era sinônimo de castigo
para os professores. "Como punição, os coronéis transferiam para
cá aqueles que não votavam no
candidato deles", diz Ribeiro.
As escolas municipais na zona
rural são de primeira a quarta séries do ensino fundamental, e a
estadual, na cidade, já oferece o
ensino médio. Mesmo sem dados
estatísticos, Ribeiro diz que a
maioria da população tem o ensino fundamental completo e dez
habitantes, curso superior.
Por outro lado, o município,
que tem só três policiais militares,
conta com apenas um posto de
saúde, uma enfermeira, um técnico e um auxiliar de enfermagem.
A falta do médico é compensada, diz o prefeito, pelos quatro
agentes de saúde. "Em 90% dos
casos, o atendimento é preventivo." Mas ele mantém em Palmas
uma pensão para hospedar até 50
pessoas que precisam de médicos.
Se a educação cresce em São Félix, a economia engatinha e se baseia na agricultura de subsistência
-recentemente, a prefeitura dividiu 2.000 hectares em 45 lotes
entre moradores para o cultivo de
mandioca e feijão. As linhas telefônicas residenciais começaram a
ser instaladas há cinco meses.
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