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São Paulo, sexta-feira, 03 de outubro de 2003

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Raças ocupam posições díspares, e negro sofre mais

EM SÃO PAULO

No Brasil, raças diferentes têm qualidade de vida bem diferente.
E, comparando negros com brancos, os primeiros estão em desvantagem em quase tudo, da renda per capita e do índice de analfabetismo até a longevidade.
Os dados do Pnud consideram negros aqueles identificados pelo IBGE como pretos e pardos. Somados, eles representam 44,7% da população brasileira.
Além de viver 5,3 anos a mais, os brancos detêm, pelo índice de 2000, uma maior fatia da renda per capita (150% superior à dos negros), apresentam menos pobres (22,18% contra 45,47% dos negros) e ainda possuem melhores índices de analfabetismo (entre negros com mais de 15 anos era 18,69%, mais que o dobro da taxa entre brancos).
Os dados refletem na qualidade de vida. Enquanto os negros registravam índice de 0,703, colocando-se entre o 104º e o 105º lugares no ranking mundial da ONU, os brancos atingiram 0,814, posição de número 44 na lista.
Pioneiro da análise do IDH negro no Brasil desde 1997, o economista Marcelo Paixão defende políticas afirmativas para reduzir a desigualdade racial.
"É preciso uma agenda democrática para transformar as desigualdades raciais -cerne do quadro dos abismos sociais encontrados- no eixo das políticas sociais", afirma Paixão, que é professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e coordenador do Observatório Afro-Brasileiro.
Para ele, no entanto, é difícil avaliar a ação do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que promoveu a criação da Seppir (Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial).
"O governo está administrando a agenda anterior. A Seppir foi um acerto, mas preocupa a ausência de um programa claro de atuação", afirma o economista. (FE)


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