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São Paulo, sexta-feira, 03 de outubro de 2003

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VIDA LONGA

Hoje o cabra vive bem melhor, diz Silva, 93

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM JABOATÃO
DOS GUARARAPES

Aos 93 anos, o aposentado Félix Alves da Silva cumpre uma rotina que hoje considera vital em sua vida: duas vezes por mês caminha cerca de 200 metros até uma das unidade do Programa de Saúde da Família de Jaboatão dos Guararapes, na região metropolitana de Recife (PE).
No posto, passa por exames preventivos, recebe medicamentos e o atendimento que não teve no passado, quando vivia com a mulher e sete filhos em um engenho de cana-de-açúcar já desativado, na zona rural do município.
"Hoje o cabra vive bem melhor", diz Silva, lembrando do tempo em que, segundo ele, "o mundo era acabado". Apesar de se manter com um salário mínimo, em uma casa simples da periferia que divide com uma neta, ele avalia que sua qualidade de vida melhorou depois que trocou o campo pela cidade.
"Antes, era muita gente morrendo de fome, de doença, porque ninguém podia ajudar." "Se a gente tinha dor de cabeça, amarrava uma folha de mato na testa. Agora, as pessoas vêm em casa dar remédio."
Silva é exemplo que explica o crescimento de 15,3% da longevidade em Jaboatão.
Nos nove anos em que ocorreu o acréscimo de 6,3 anos na expectativa de vida, houve um incremento das políticas de saúde pública e a implantação de programas sociais na cidade. Verificou-se também um intenso êxodo rural, provocado principalmente pelo fechamento de usinas e engenhos.
Apesar de ajudar a inchar os bolsões de miséria da periferia, o ex-lavrador passou a ter, na cidade, acesso mais fácil aos benefícios em relação ao campo.


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