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VIDA LONGA
Hoje o cabra vive bem melhor, diz Silva, 93
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM JABOATÃO
DOS GUARARAPES
Aos 93 anos, o aposentado Félix Alves da Silva cumpre uma
rotina que hoje considera vital
em sua vida: duas vezes por mês
caminha cerca de 200 metros até
uma das unidade do Programa
de Saúde da Família de Jaboatão
dos Guararapes, na região metropolitana de Recife (PE).
No posto, passa por exames
preventivos, recebe medicamentos e o atendimento que
não teve no passado, quando vivia com a mulher e sete filhos
em um engenho de cana-de-açúcar já desativado, na zona
rural do município.
"Hoje o cabra vive bem melhor", diz Silva, lembrando do
tempo em que, segundo ele, "o
mundo era acabado". Apesar de
se manter com um salário mínimo, em uma casa simples da periferia que divide com uma neta,
ele avalia que sua qualidade de
vida melhorou depois que trocou o campo pela cidade.
"Antes, era muita gente morrendo de fome, de doença, porque ninguém podia ajudar." "Se
a gente tinha dor de cabeça,
amarrava uma folha de mato na
testa. Agora, as pessoas vêm em
casa dar remédio."
Silva é exemplo que explica o
crescimento de 15,3% da longevidade em Jaboatão.
Nos nove anos em que ocorreu o acréscimo de 6,3 anos na
expectativa de vida, houve um
incremento das políticas de saúde pública e a implantação de
programas sociais na cidade.
Verificou-se também um intenso êxodo rural, provocado principalmente pelo fechamento de
usinas e engenhos.
Apesar de ajudar a inchar os
bolsões de miséria da periferia, o
ex-lavrador passou a ter, na cidade, acesso mais fácil aos benefícios em relação ao campo.
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