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São Paulo, sexta-feira, 03 de outubro de 2003

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MARCHA LENTA

Pouca evolução é causada pela crise do emprego; São Paulo cai da 3ª para a 7ª posição na qualidade de vida

Maiores metrópoles perdem fôlego e caem no ranking

EM SÃO PAULO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

De 1991 a 2000, as seis maiores regiões metropolitanas do país (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Salvador) caíram no ranking de qualidade de vida das 33 regiões metropolitanas brasileiras.
Mesmo aumentando o IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal), essas regiões melhoraram sua qualidade de vida em ritmo mais lento que as áreas metropolitanas de porte médio -cujo melhor exemplo são as de Santa Catarina.
Com isso, o habitante da região metropolitana de São Paulo não mora mais na terceira área em qualidade de vida do país, e sim na sétima. A região metropolitana do Rio de Janeiro perdeu seis posições, caindo do 9º para o 15º lugar do ranking.
A de Belo Horizonte, oito posições, despencando da 12ª para a 20ª. A região metropolitana de Porto Alegre caiu uma posição, a de Salvador, cinco, e a de Recife se manteve no mesmo lugar, o 28º, entre 33 regiões metropolitanas.
A evolução lenta das metrópoles traduz a crise do emprego. O desemprego aberto medido pelo IBGE nas seis maiores regiões metropolitanas -onde vivem 25% dos brasileiros- cresceu de 4,8% em 1991 para 7,1% em 2000.
A situação se repete nas cidades com mais de 1 milhão de habitantes, que tiveram uma melhora de 6,1% na qualidade de vida. No Brasil, a evolução foi de 10%.
O exemplo mais flagrante é São Paulo: na cidade mais rica do país, o IDH cresceu só 4,4%, a renda, só 2,5%, e a proporção de pobres aumentou 50%. Das 13 maiores, Fortaleza teve a melhor evolução.
Nas 33 regiões metropolitanas vivem 39% da população. Nessas áreas, os municípios têm problemas comuns, e soluções individuais têm sido insuficientes, avalia o assessor de desenvolvimento sustentável do Pnud, José Carlos Libânio, defendendo políticas de ação conjunta. "Uma andorinha só não faz verão. Essas regiões têm de pensar em conjunto ou ficarão para trás."

Santos
A queda do emprego e o desastre econômico dos anos 90 no litoral paulista levaram a Baixada Santista a despencar no ranking do IDH, empurrando a região do 8º lugar para o 13º.
A privatização do porto de Santos, o maior do país, da Cosipa (Companhia Siderúrgica Paulista) e a reestruturação do parque industrial de Cubatão reduziram a renda, retardando o crescimento dos indicadores sociais.
Entre 1991 e 2000, o município da região que mais perdeu posições na classificação nacional do IDH foi justamente Cubatão.
A cidade, que ocupava o 734º lugar em 91, desabou 544 posições e se tornou a 1.278ª do país em 2000.
(FERNANDA DA ESCÓSSIA)
(FAUSTO SIQUEIRA)

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