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MARCHA LENTA
Pouca evolução é causada pela crise do emprego; São Paulo cai da 3ª para a 7ª posição na qualidade de vida
Maiores metrópoles perdem fôlego e caem no ranking
EM SÃO PAULO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
De 1991 a 2000, as seis maiores
regiões metropolitanas do país
(São Paulo, Rio de Janeiro, Belo
Horizonte, Porto Alegre, Recife e
Salvador) caíram no ranking de
qualidade de vida das 33 regiões
metropolitanas brasileiras.
Mesmo aumentando o IDHM
(Índice de Desenvolvimento Humano Municipal), essas regiões
melhoraram sua qualidade de vida em ritmo mais lento que as
áreas metropolitanas de porte
médio -cujo melhor exemplo
são as de Santa Catarina.
Com isso, o habitante da região
metropolitana de São Paulo não
mora mais na terceira área em
qualidade de vida do país, e sim
na sétima. A região metropolitana
do Rio de Janeiro perdeu seis posições, caindo do 9º para o 15º lugar do ranking.
A de Belo Horizonte, oito posições, despencando da 12ª para a
20ª. A região metropolitana de
Porto Alegre caiu uma posição, a
de Salvador, cinco, e a de Recife se
manteve no mesmo lugar, o 28º,
entre 33 regiões metropolitanas.
A evolução lenta das metrópoles traduz a crise do emprego. O
desemprego aberto medido pelo
IBGE nas seis maiores regiões metropolitanas -onde vivem 25%
dos brasileiros- cresceu de 4,8%
em 1991 para 7,1% em 2000.
A situação se repete nas cidades
com mais de 1 milhão de habitantes, que tiveram uma melhora de
6,1% na qualidade de vida. No
Brasil, a evolução foi de 10%.
O exemplo mais flagrante é São
Paulo: na cidade mais rica do país,
o IDH cresceu só 4,4%, a renda, só
2,5%, e a proporção de pobres aumentou 50%. Das 13 maiores,
Fortaleza teve a melhor evolução.
Nas 33 regiões metropolitanas
vivem 39% da população. Nessas
áreas, os municípios têm problemas comuns, e soluções individuais têm sido insuficientes, avalia o assessor de desenvolvimento
sustentável do Pnud, José Carlos
Libânio, defendendo políticas de
ação conjunta. "Uma andorinha
só não faz verão. Essas regiões
têm de pensar em conjunto ou ficarão para trás."
Santos
A queda do emprego e o desastre econômico dos anos 90 no litoral paulista levaram a Baixada
Santista a despencar no ranking
do IDH, empurrando a região do
8º lugar para o 13º.
A privatização do porto de Santos, o maior do país, da Cosipa
(Companhia Siderúrgica Paulista) e a reestruturação do parque
industrial de Cubatão reduziram
a renda, retardando o crescimento dos indicadores sociais.
Entre 1991 e 2000, o município
da região que mais perdeu posições na classificação nacional do
IDH foi justamente Cubatão.
A cidade, que ocupava o 734º lugar em 91, desabou 544 posições e
se tornou a 1.278ª do país em
2000.
(FERNANDA DA ESCÓSSIA)
(FAUSTO SIQUEIRA)
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