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Renda cai na década de 90 em Manaus
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
Manaus foi a única cidade
brasileira com mais de 1 milhão de habitantes onde a
renda per capita caiu ao longo da década de 90. De R$
276,90, em 1991, a média foi
para R$ 262,40, em 2000.
A renda per capita é a divisão do PIB (Produto Interno
Bruto) pelo total da população. No período, o crescimento populacional da capital amazonense foi de 39%,
ganhando a cidade 394 mil
novos moradores.
A queda na renda per capita e o crescimento populacional são apontados como
fatores que fizeram Manaus
perder posição no IDHM. O
desenvolvimento humano
da capital caiu da 11ª posição, no início da década de
90, para a última colocação.
Para o economista Serafim
Corrêa, a perda de posição
no IDHM de Manaus está
relacionada ao crescimento
da população, motivado por
correntes migratórias do
Norte e do Nordeste.
Segundo ele, pessoas foram atraídas à capital pela
chance de empregos nas indústrias da Zona Franca de
Manaus, só que o modelo
não absorveu a mão-de-obra, desqualificada, em sua
maioria. "A falta de alternativa de vida no local de origem e o fato de Manaus funcionar como pólo de atração, tornou a Zona Franca
um ímã. Só que a população,
quando chegou aqui, não tinha qualificação para o mercado de trabalho."
Corrêa disse que, nesse período, a renda per capita caiu
porque o aumento da população foi maior do que o
crescimento do PIB. "Caiu o
nível salarial nas indústrias
por causa da correlação de
forças e do desemprego."
Na década, a concentração
de renda em Manaus subiu
de 12,70% para 30%, justamente na fase em que desemprego se acentuou.
Em 1991, eram 90 mil empregos diretos nas indústrias, hoje eles são cerca de
60 mil. No período, o número de pessoas consideradas
pobres, ou seja, que não conseguiam com sua renda suprir necessidades básicas como alimentação, vestuário e transporte, aumentou para
13,9% na capital.
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