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Governador amplia segurança após suspeitas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Para o governador Jorge Viana,
ficar sabendo do plano para matar sua filha e seu pai foi o pior
momento desde que soube da
existência de projetos para matá-lo. Segundo Viana, foi aí que ele
decidiu reforçar a segurança e
adotar cuidados especiais recomendados pela polícia.
Ele afirma que passou a usar
carro blindado e que suas filhas
também não saem de casa sem segurança. Leia a seguir trechos da
entrevista de Viana à Folha.
Folha - A que o sr. atribui planos
para matá-lo?
Jorge Viana - Desde que eu assumi tenho tentado colaborar com
as instituições. Algumas já trabalhavam contra o crime organizado antes de eu assumir. Mas começaram a colocar como se fosse
algo exclusivamente meu o desmonte do esquadrão da morte, do
crime organizado. A partir daí
houve tentativas de intimidar e de
desestabilizar do ponto de vista
pessoal e político. Foi muito sofrido ter de ouvir procuradores contarem como deveria ter sido uma
tentativa de assassinato meu.
Folha - Houve algum momento
em que o sr. se sentiu intimidado?
Viana - Foi um episódio envolvendo uma das minhas filhas e
meu pai, aquilo foi muito chocante para mim. Foi o momento mais
delicado, mas, como ainda não era
do conhecimento público, eu procurei pessoas que pudessem me
ajudar. Quem me ajudou muito
foi o próprio Lula. Um delegado
amigo dele veio, ficou uns dias comigo, deu uma geral na segurança. Eu comecei a usar seguranças
para minhas filhas. Mas não posso me curvar a isso. E preferi tornar isso público porque eu acho
que a melhor maneira de evitar
-o que a gente não fez na época
do Chico Mendes- é deixar tudo
às claras.
Folha - E sobre esse episódio do
Palito?
Viana - Ele foi uma testemunha
importante no caso do Hildebrando e, de repente, depois de
fugir, ele aparece no canal do seu
Narciso dando declarações extremamente perigosas, diz que as
condenações eram culpa minha.
Ora, ele põe os quase 40 policiais
presos, seus familiares e aliados,
todos contra mim. E começam a
vender a idéia de que eu sou o
problema. Se me eliminarem,
quem está preso vai ser solto, e os
delatores vão se acertar com os
acusados. Não é nada disso.
Folha - E porque isso só agora?
Viana - Não sei. Não há eleições à
vista, não há nada especial. O que
há são fatos. As condenações estão começando a sair e a ser confirmadas em instâncias superiores. Querem criar um clima ruim.
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