DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Leia, a seguir, trechos do depoimento do pistoleiro.

Pergunta - O que você sabe sobre essa tentativa de assassinato do governador?
Testemunha - Sei que foi preparado tanto pelo Raimundinho quanto pelo Del, que baixou a ordem do Hildebrando de que o Jorge Viana em momento algum poderia assumir o governo. Portanto ele determinou que eliminassem o governador, de início. Mas que, se não conseguisse o governador, eliminasse alguém próximo a ele, que o atingisse ou o amedrontasse para que ele desistisse da candidatura. Para isso, foi seguida a casa do pai dele. Nessa casa foi observado que toda tarde o pai dele passeava com a filha. Inclusive o Raimundinho, por intervenção do Zé Elói, do Aureliano e da minha pessoa, não concluiu o serviço.

Pergunta - E o Raimundinho não concluiu o serviço por determinação dessas pessoas?
Testemunha - É, dessas pessoas. Eu, Aureliano Paschoal (primo do Hildebrando), Zé Elói. Falamos para ele para não fazer, que era hora de não fazer isso.

Pergunta - E como é que você sabe disso?
Testemunha - Porque eu tive contato com o Aureliano. E o Aureliano mandou me chamar. Eu fui na casa dele. Ele falou que era para não fazer porque não era a hora.

Pergunta - E o Bessa? Qual era a participação do Bessa?
Testemunha - O Bessa não ia fornecer a arma para ele fazer o serviço. Para todo tipo de serviço que ia ser feito quem fornecia as armas era o Bessa.

Pergunta - Da panificadora?
Testemunha - Da panificadora. (...) E, dia 16 de fevereiro, não, 17 de fevereiro, não, foi numa quinta. Numa quinta-feira à tarde, dia 18 de fevereiro de 99. Eu estava num parque. Estava eu, o Del, o Raimundinho... 18 de fevereiro. O Raimundinho ia fazer o serviço e nós não deixamos. Naquela ocasião estava o pai dele com a menininha dele. De bermuda, sem camisa, levando a menininha para a praça. Eu não deixei.




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