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Velloso chama de "cara-de-pau"
quem diz que caixa 2 não é crime
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente do TSE (Tribunal
Superior Eleitoral), Carlos Velloso, defendeu que os políticos que
usam caixa dois sejam condenados a até oito anos de prisão, e não
a até cinco anos. A proposta de
endurecer penas para crimes eleitorais integra o pacote de medidas
preparado, a pedido do TSE, por
uma comissão de juristas.
Em palestra na Associação Comercial do Rio, Velloso citou o
ministro Márcio Thomaz Bastos
(Justiça), que disse que caixa dois
é procedimento de "bandido".
Sem ser explícito, Velloso evidenciou que concorda com Bastos ao dizer que os políticos que
afirmaram às CPIs que não cometeram crime e que apenas se valeram do artifício de contabilidade
clandestina são "caras-de-pau".
As medidas propostas pela comissão foram encaminhadas pela
presidência do TSE ao presidente
Luiz Inácio Lula da Silva e aos presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara,
Aldo Rabelo (PC do B-SP).
Velloso disse que recebeu anteontem de Calheiros o informe
de que as sugestões do TSE foram
transformadas em projetos de lei,
a serem levadas a votação no Congresso em regime de urgência.
Mesmo que a votação não ocorra neste ano, Velloso disse que a
punição mais severa para os crimes eleitorais poderá valer já para
2006, se os projetos forem votados no primeiro semestre do ano.
Pela proposta, o crime do caixa
dois passaria a ter pena de três a
oito anos de prisão (no lugar de
até cinco anos), mais multa e perda dos valores omitidos. A pena
será aumentada no caso de falsidade na prestação de contas.
Outra sugestão é sobre a inelegibilidade de quem, em cargo executivo, tiver contas rejeitadas por
tribunais de conta e câmaras. Velloso disse que a proposta, a ser
votada, não valerá para 2006.
(SERGIO TORRES)
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