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Palocci relativiza papel da economia
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Fazenda, Antonio
Palocci Filho, disse na reunião ministerial de ontem que a política
monetária seguirá em 2003 igual à
de FHC, mas que isso não significa que ela será a linha central do
governo. Segundo ele, a prioridade é a ação social.
Segundo a Folha apurou, o recado de que a macroeconomia
não pode presidir o país, uma crítica do PT ao governo FHC, foi
dado por Palocci a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Lula abriu a reunião e pediu que
Palocci fosse o segundo a falar. A
intenção é mostrar à equipe que
seu ministro da Fazenda não será
um clone do antecessor, Pedro
Malan, e que a área econômica
dará espaço à área social, ainda
que haja pouca margem de manobra no Orçamento.
Mais: na reunião, foi defendida
a criação de metas sociais para os
gastos orçamentários. A idéia é
antiga no PT e sempre esbarrou
na dificuldade de encontrar um
sistema de aferição de resultado.
Há enorme dificuldade em fixar
metas sociais em alguns casos, como o retorno de gastos em segurança pública e aferir o impacto
de programas que dão dinheiro
diretamente aos beneficiários.
Por isso, a discussão não foi conclusiva. Lula quer que o ministro
do Planejamento, Guido Mantega, prepare a proposta orçamentária de 2004 já com metas sociais.
Após a fala de Palocci, ministros
pediram que ele redigisse um documento com base no discurso.
O ministro do Desenvolvimento, Luiz Furlan, se disse otimista
quanto ao aumento das exportações. O colega do Turismo, Walfrido Mares Guia, defendeu a criação de um banco de dados para
integrar as ações da pasta.
O ministro do Combate à Fome
e da Segurança Alimentar, José
Graziano, falou do Fome Zero.
Foi uma espécie de apresentação
do programa. Em uma platéia
grande, ele preferiu não abordar
detalhes da proposta de incluir
meta social no acordo fechado em
agosto com o Fundo Monetário
Internacional. O governo debate
o assunto, como revelou a Folha.
A idéia é incluir a verba prevista
este ano para o Fome Zero, cerca
de R$ 2,5 bilhões, nas despesas financeiras. Isso não afetaria a meta
de 3,75% de superávit primário de
2003 acertada com o Fundo.
A informalidade marcou a reunião. Logo no começo do encontro, Lula quebrou o formalismo e
disse que entre ele e os ministros o
tratamento não se daria por "Excelência" ou "senhor", mas sim
por "companheiro". Todos aderiram ao estilo "popular" de Lula.
Após a reunião, o Planalto confirmou que Lula recebe no dia 14 o
presidente da Argentina, Eduardo
Duhalde, e no dia seguinte irá para o Equador para a posse do presidente Lucio Gutierrez.
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