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São Paulo, terça-feira, 04 de fevereiro de 2003

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JANIO DE FREITAS

A novidade

Enquanto se distribuíam documentos sobre o intenso enriquecimento do peemedebista Geddel Vieira Lima na década de 90, quando seus vencimentos legais foram apenas os de deputado federal, o PT angariava votos para elegê-lo primeiro-secretário da Câmara.
Geddel Vieira Lima notabilizou-se como um dos "anões do Orçamento", tendo o seu nome retirado das cassações recomendadas pelo relatório da CPI na última hora, a pedido de Luís Eduardo Magalhães. Mas não houve tempo de mudar o enorme relatório, e lá ficaram as razões que haviam incluído Geddel entre os pedidos de cassação pela própria Câmara.
Como primeiro-secretário feito por acordo do PT com o PMDB fisiológico, Geddel Vieira Lima será o integrante da Mesa Diretora que tem a chave do cofre: conduz concorrências, autoriza obras, determina compras e controla as despesas gerais.
O PT diz que fez uma negociação política com o PMDB. Não é o caso. Negociação política pode implicar concessões, mas não transgride certos limites bem conhecidos.
É esse novo PT que está sendo presidido pelo ex-deputado José Genoino com muita propriedade. Assim como angaria votos para Geddel Vieira Lima, pretende praticar expurgos para reduzir os quadros, particularmente os parlamentares, a uma nova versão do "pensamento único". Pelo que se vê até agora, com a peculiaridade de nem ter pensamento, porque a sujeição exigida é à política econômica herdada do governo anterior.
Agora, porém, com as mesmas disposições exibidas por Genoino quando abraçou a idéia malufista de se aplicarem os métodos terminantes da Rota, ou a violência como política de segurança pública. Para quem narrou a reunião de parlamentares petistas com o ministro Antonio Palocci, a proposta de Genoino é de que seja "liminarmente excluído". Liminarmente: sem defesa, sem julgamento. A reunião, note-se, não era sigilosa ou secreta.


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