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JANIO DE FREITAS
A novidade
Enquanto se distribuíam
documentos sobre o intenso
enriquecimento do peemedebista Geddel Vieira Lima na década de 90, quando seus vencimentos legais foram apenas os
de deputado federal, o PT angariava votos para elegê-lo primeiro-secretário da Câmara.
Geddel Vieira Lima notabilizou-se como um dos "anões do
Orçamento", tendo o seu nome
retirado das cassações recomendadas pelo relatório da CPI na
última hora, a pedido de Luís
Eduardo Magalhães. Mas não
houve tempo de mudar o enorme relatório, e lá ficaram as razões que haviam incluído Geddel entre os pedidos de cassação
pela própria Câmara.
Como primeiro-secretário feito por acordo do PT com o
PMDB fisiológico, Geddel Vieira
Lima será o integrante da Mesa
Diretora que tem a chave do cofre: conduz concorrências, autoriza obras, determina compras e
controla as despesas gerais.
O PT diz que fez uma negociação política com o PMDB. Não é
o caso. Negociação política pode
implicar concessões, mas não
transgride certos limites bem conhecidos.
É esse novo PT que está sendo
presidido pelo ex-deputado José
Genoino com muita propriedade. Assim como angaria votos
para Geddel Vieira Lima, pretende praticar expurgos para reduzir os quadros, particularmente os parlamentares, a uma
nova versão do "pensamento
único". Pelo que se vê até agora,
com a peculiaridade de nem ter
pensamento, porque a sujeição
exigida é à política econômica
herdada do governo anterior.
Agora, porém, com as mesmas
disposições exibidas por Genoino quando abraçou a idéia malufista de se aplicarem os métodos terminantes da Rota, ou a
violência como política de segurança pública. Para quem narrou a reunião de parlamentares
petistas com o ministro Antonio
Palocci, a proposta de Genoino é
de que seja "liminarmente excluído". Liminarmente: sem defesa, sem julgamento. A reunião, note-se, não era sigilosa ou
secreta.
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