|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
JUDICIÁRIO
Posição de magistrados se opõe a do presidente do STF
Associação defende controle mais amplo que o proposto pelo governo
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do
Trabalho) defende um controle
externo do Judiciário muito mais
amplo do que o previsto na atual
proposta de reforma, o que revela
a divisão dos juízes sobre o tema.
Anteontem, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Maurício Corrêa, e o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva divergiram
sobre a questão. Corrêa criticou a
criação do Conselho Nacional de
Justiça, tese defendida por Lula.
A proposta de emenda que tramita no Senado cria um conselho
composto por 15 membros: nove
juízes, dois advogados, dois representantes do Ministério Público e dois cidadãos, eleitos pela Câmara e pelo Senado. O modelo da
Anamatra tem uma participação
social bem maior: de 21 integrantes, oito seriam cidadãos escolhidos pela Câmara e pelo Senado; os
demais seriam magistrados.
A entidade aprovou o modelo
por ampla maioria. Das 24 associações estaduais de juízes trabalhistas, 19 o apoiaram, 4 se abstiveram porque não consultaram
os filiados e só uma o reprovou. O
presidente da Anamatra, Grijalbo
Coutinho, levou a sugestão ontem
ao presidente interino do Senado,
Paulo Paim (PT-RS): "A cúpula
dos tribunais sempre vendeu
muito bem a todos os juízes a sua
idéia de que o Judiciário é intocável. Está na hora de a maioria levantar a voz em defesa da democracia interna", disse Coutinho.
A questão divide as entidades de
classe: a AMB (Associação dos
Magistrados Brasileiros) é contrária ao controle externo, e a Ajufe
(Associação dos Juízes Federais
do Brasil) o defende desde 1999.
Texto Anterior: Volta de Lula tira Dirceu de cena Próximo Texto: Brasil camarada: ACM cobra explicações da Receita Federal sobre "escândalo" do Refis Índice
|